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Estado de Minas 'CRIME DE LGBTFOBIA'

Parlamentares mineiros representam no MPF contra André Valadão

Deputada estadual Bella Gonçalves declarou que grupo espera que líder religioso seja 'responsabilizado e até preso' pelas falas que incitam a violência


04/07/2023 20:17 - atualizado 04/07/2023 20:27
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Parlamentares mineiros
Parlamentares mineiros representam contra André Valadão após fala que incita violência contra população LGBTQIA+ (foto: Divulgação)
Deputados estaduais de Minas Gerais protocolaram nesta terça-feira (4/7) representação no Ministério Público Federal (MPF) em Belo Horizonte contra o pastor André Valadão, líder da Igreja Batista da Lagoinha, após proferir falas que incitam que evangélicos ataquem e matem pessoas LGBTQIA+, no último domingo (2/7) em um culto realizado em Orlando, nos Estados Unidos.

O documento pede que o conteúdo, que foi disponibilizado na internet, seja retirado de circulação, que sejam proibidas novas condutas similares e que seja apurada a responsabilização do religioso por suas falas, além da reparação dos danos coletivos causados.

O grupo, formado pelas deputadas estaduais Andreia de Jesus (PT), Bella Gonçalves (Psol), Lohanna (PV), pela assessoria da deputada federal Célia Xakirabá (Psol-MG), pelo deputado Leleco Pimentel (PT) e pela vereadora de Contagem, Moara Saboia (PT), não é o primeiro a buscar o Ministério Público para representar contra o pastor.

"O vídeo está sendo muito compartilhado e as pessoas estão sendo intimidadas, coagidas. E a gente não sabe até que ponto isso vai colocar em risco a integridade física delas”, afirmou a deputada Lohanna.

Já Bella Gonçalves afirma que a representação também tem intenção de analisar que a frase pode trazer ganhos econômicos para o religioso. Na postagem, ele anúncia uma série e "usa do ódio para chamar atenção".

"A gente espera que ele possa ser responsabilizado e até preso por esse caso. (...) Crime de LGBTfobia. Convocação de fiéis para o assassinado de pessoas LGBTs que é algo sem precedentes. Precisa de uma atuação exemplar do Ministério Público", reclamou a psolista.

A deputada federal Erika Hilton (Psol-SP) entrou no Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) contra a fala proferida por Valadão. Um inquérito contra o pastor foi aberto pelo órgão para apurar se houve crime de homotransfobia.
Hilton já entrou com uma representação contra Valadão, em 5 de junho, quando o mesmo fez um culto batizado de "Deus Odeia o Orgulho", com uma identidade visual que fazia referência ao Mês do Orgulho LGBTQIA .

O deputado distrital Fábio Felix (Psol-DF) também foi outro político a buscar o MP para representar contra o líder religioso. No documento, o parlamentar brasiliense afirmou que Valadão tenta associar a população LGBTQIA a exploração sexual e abuso de crianças, visando criar pânico entre o segmento religioso evangélico.

André Valadão insinuou que evangélicos deveriam agredir e matar homossexuais, durante a live intitulada de 'Teoria da Conspiração'. “Agora é a hora de tomar as cordas de volta e dizer: Pode parar, reseta! Mas Deus fala que não pode mais. Ele diz, ‘já meti esse arco-íris aí. Se eu pudesse, matava tudo e começava de novo. Mas prometi que não posso, agora tá com vocês'”.

Ao que o pastor, se dirigindo para os fiéis, reafirmou que "não entendeu o que eu disse? Agora, tá com vocês! Deus deixou o trabalho sujo para nós”.

Após a repercurssão, o pastor foi as redes sociais afirmar que a imprensa tenta gerar uma notícia e que não teria pedido para que os cristãos atacassem a população LGBTQIA .

"Eu uso o termo do livro de Gênesis, quando Deus, a partir do dilúvio, destrói toda a humanidade por causa da promiscuidade sexual, a libertinagem. Deus não tem como 'resetar', recomeçar humanidade. Dentro disso, na minha mensagem eu disse que cabe a nós puxar as cordas e nós 'resetarmos'. Não digo matarmos, aniquilarmos as pessoas, o que eu digo é que cabe a nós levar o homem, o ser humano, o princípio da vontade de Deus, deixarmos claro o que é a vontade de Deus para vivermos essa realidade", tentou se justificar o religioso mineiro.

Um dos poucos parlamentares a saírem em defesa de Valadão, foi o deputado federal bolsonarista Nikolas Ferreira (PL-MG) que afirmou, na segunda-feira (3/7), em sessão no Plenário da Câmara dos Deputados, que "combater o pecado não quer dizer incitação ao ódio".

O comentário foi realizado após críticas dos deputados federais Glauber Braga (Psol-RJ) e Pastor Henrique Vieira (Psol-RJ) a fala de Valadão.

"Eu nasci para ver comunista ensinar cristão a como ler a Bíblia. Pessoas que não tem comunhão e intimidade nenhuma com Deus. Tive que ouvir um pastor da Shopee e sua igreja invisível dizer que o pastor André Valadão queria matar homossexuais. Para de inventar isso", disse Nikolas se referindo ao Pastor Henrique Vieira.


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