Principal ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), o tenente-coronel Mauro Cid chegou fardado à CPI do 8 de janeiro para prestar depoimento. Cid deve ser ouvido em público pela primeira vez nesta terça-feira (11).
A expectativa entre integrantes das Forças Armadas e do Ministério da Defesa era de que Cid não fosse à comissão com a farda. Apesar de ser tenente-coronel da ativa, a avaliação é de que ir com o traje oficial pode levar a caserna ainda mais para a crise do golpismo.
Apesar disso, não são poucos os colegas de carreira que prestam solidariedade a ele e se unem nas críticas aos métodos do ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes.
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Mesmo tendo sido convocado para falar sobre o conteúdo das mensagens trocadas após a vitória de Lula -sobretudo com o coronel do Exército Jean Lawand Júnior, que prestou depoimento no mês passado-, Cid pode ser alvo de questionamentos que vão desde as joias trazidas da Arábia Saudita até as compras da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro.
No final do governo, o militar chegou a enviar um integrante da ajudância de ordens para o aeroporto de Guarulhos em busca dos presentes apreendidos pela Receita Federal em 2021.
Mauro Cid também deve ser questionado sobre as transações suspeitas descobertas pela Polícia Federal a partir de sua quebra de sigilo telemático e bancário. Sobre esse tema, entre outros pontos, parlamentares devem perguntar qual a origem do dinheiro utilizado por ele e outros ajudantes de ordens para pagar contas de Michelle Bolsonaro e por que eram realizadas transações em dinheiro vivo e saques fracionados.