O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) prestou depoimento à Polícia Federal (PF) por quase 2 horas, na tarde desta quarta-feira (12/7). A oitiva ocorreu no inquérito que investiga um plano, denunciado pelo senador Marcos do Val (Podemos-Es), para um suposto golpe de Estado, mas o antigo mandatário afirma que nada foi tratado com o parlamentar.
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O ex-presidente também afirmou que nunca teve relação com Marcos Do Val. “Não tinha nenhum plano, naquela reunião de aproximadamente 20 minutos, para alguém gravar o ministro Alexandre de Morais”, continuou Bolsonaro.
O ex-presidente também destacou que a reunião teria tratado a filiação de Marcos Do Val ao Partido Liberal (PL), articulação que não foi concluida.
Ao gravar o ministro Moraes, o plano tinha como objetivo obter provas para anular o resultado das eleições presidenciais de 2022. O plano rendeu um inquérito contra o senador, e em junho ele viu a PF cumprir mandados de busca e apreensão no seu gabinete em Brasília e no Espírito Santo.
Ao longo do ano, Do Val apresentou diversas versões sobre o encontro com Bolsonaro e Silveira, “revezando” a atribuição do encontro golpista entre os dois parlamentares. Em um momento ele disse que o ex-presidente “ouviu tudo e ficou calado”, em outro que ele teria disponibilizado o Gabinete de Segurança Institucional (GSI) para o plano.
Bolsonaro afirma que ficou calado durante a reunião e que isso seria comum em outras reuniões. Segundo o ex-presidente, a única interação com o senador seria uma troca de mensagens que Do Val teria enviado para Moraes culpando Daniel Silveira. A mensagem foi encaminhada para Bolsonaro, que respondeu “coisa de maluco”.
Do Val já prestou depoimento à PF e agora afirma que a versão oficial foi dada aos agentes. Segundo ele, as outras versões eram “estratégia de persuasão” contra a imprensa.