Durante a abertura do 59º Congresso da União Nacional dos Estudantes (UNE), o ministro da Justiça, Flávio Dino, participou da mesa de discussão Justiça, reparação e democracia: por um Brasil livre do ódio e disse que "o povo na rua, a juventude na rua e a UNE unida" é mais forte do que a extrema-direita.
O evento é o principal fórum estudantil da América Latina, e reuniu no Centro Comunitários Athos Bulcão na UnB cerca de 7 mil estudantes e delegações de diversos estados do país. Junto com Dino, discursou o ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF), que lembrou ter participado de movimentos estudantis e afirmou que já enfrentou "a ditadura e o bolsonarismo". O magistrado foi vaiado e interrompido durante discurso, além de estudantes levantaram cartazes dizendo que o ministro é golpista e não defendeu o piso da enfermagem.
"Nós vivemos a democracia e estar aqui é reencontrar meu próprio passado de luta contra a intolerância e contra pessoas que gritam em vez de ouvir. Quem tem argumentos não xinga e não grita e é esse o passado recente dos quais ainda temos que lutar", disse o ministro do STF.
"Nós temos compromisso com a história, de fazer um país maior e melhor que se faz com democracia, estudo e argumentos. A capacidade de ter interlocução mostra que estamos do lado certo, por tratar todos com respeito mesmo com a divergência", concluiu Barroso.
Já o ministro da Justiça foi aplaudido tanto na chegada quando durante o discurso. Dino contou que foi no primeiro congresso da UNE, em 1986 em Goiânia e que "o combate a desigualdade social é a questão principal que divide a democracia à direita". "Nós estamos todos no campo da democracia, e temos várias vertentes, mas todos aqui são a favor da igualdade social", disse.
"Todos aqui são contra o fascismo, golpismo. Temos 20 correntes políticas aqui, mas todos somos a favor da educação gratuita, contra a discriminação dos negros, LGBTQIA+ e todos os seguimentos inviabilizados da sociedade", disse Dino.