Jornal Estado de Minas

EDUCAÇÃO

Governadores vão manter escolas cívico-militar mesmo com fim do programa

Com a decisão do governo federal de encerrar o Programa Nacional das Escolas Cívico-Militares, criado pela gestão de Jair Bolsonaro (PL), governadores aliados do ex-presidente decidiram manter o programa.
 
Em Minas Gerais, o governador Romeu Zema (Novo) disse que o programa das escolas cívico-militares será mantido. Em nota, o governador mineiro disse que o modelo continuará funcionando com gestão compartilhada com o Corpo de Bombeiros de Minas Gerais.




 
"Em Minas as Escolas Cívico-Militares continuarão funcionando com Gestão compartilhada dos @bombeiros_MG. A tradição, a disciplina e o prestígio de uma das instituições mais respeitadas do mundo, agora se une ao trabalho de ensino dos Mineiros. Aqui a educação é sempre prioridade", informou. 
 
Em nota, o governador de São Paulo Tarcísio de Freitas (Republicanos), disse que o estado vai editar um decreto com o objetivo de regular o seu próprio programa de escolas cívico-militares. Além disso, o governador também afirmou que deve ampliar as unidades de ensino deste formato em todo o estado de São Paulo.

"Fui aluno de Colégio Militar e sei da importância de um ensino de qualidade e como é preciso que a escola transmita valores corretos para os nossos jovens", comunicou em nota publicada nas redes sociais, nessa quarta-feira (12/7).




 
No Rio de Janeiro o programa também deve ser mantido. De acordo com o governador Cláudio Castro (PL), o objetivo é permanecer com o modelo e buscar ampliar.
 
"O nosso Estado tem longa tradição na formação militar do país. É uma vocação!  Temos 16 unidades no RJ que já trabalham com gestão compartilhada com as forças armadas e militares do estado. Atendemos aproximadamente 10 mil alunos. Portanto vamos manter essas escolas já existentes. Nossa estratégia é ainda ampliá-las, já que elas se enquadram como escolas vocacionais e estão no escopo do novo ensino médio", comunicou.
 
Ratinho Junior (PSD), governador do Paraná, decidiu manter o programa nas escolas estaduais. O estado tem 194 colégios com o modelo cívico-militar, que tem como referência o modelo federal. Conforme informado pela Secretaria de Estado da Educação (Seed) do Paraná, o estado vai "trabalhar para migrar os 12 colégios do modelo federal para o estadual". 

Ao Correio Braziliense, o governador Ibaneis Rocha (MDB), também garantiu que o programa das escolas cívico-militares vai prosseguir no Distrito Federal. "O Distrito Federal vai continuar a implementar. Quanto ao governo federal depende deles", declarou. 





Em Santa Catarina, o governador Jorginho Mello (PL) lamentou a decisão do governo federal e disse que irá "avaliar a manutenção do programa" junto a Secretaria de Educação do estado.
 

Fim das escolas cívico-militares 

O governo Lula decidiu encerrar o Programa Nacional das Escolas Cívico-Militares, criado em 2019 pela gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), e uma das prioridades de sua gestão. A ideia é que o programa seja encerrado de maneira "cuidadosa" até o fim de 2023, mas o processo deve ser feito ainda de forma a não prejudicar o ano letivo. 

A decisão foi tomada após análise conjunta entre os ministérios da Educação e da Defesa. Com o fim do programa, as escolas cívico-militares serão reintegradas à rede regular de ensino.
 
Ao todo, foram implantadas 216 escolas desse tipo nos 27 estados.