Jornal Estado de Minas

POLÍTICA

Barroso x bolsonaristas: embates incluem 'perdeu, mané' e 'extraterrestres'

A fala do ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Luís Roberto Barroso sobre o bolsonarismo em congresso da UNE (União Nacional dos Estudantes) nesta quarta-feira (12) teve forte repercussão entre políticos aliados ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e ressuscitou um embate antigo.





 

Deputados como Nikolas Ferreiras (PL -MG) e Bia Kicis (PL-DF) afirmaram que a oposição vai entrar com um pedido de impeachment contra o ministro, sob a alegação de que ele exerceu atividade político-partidária.

 

Enquanto era vaiado por uma parte dos estudantes, que protestavam contra sua participação no evento em Brasília, Barroso disse que "nós derrotamos o bolsonarismo".

 

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O discurso se soma a outras polêmicas dos últimos anos entre o ministro do STF e aliados de Bolsonaro, que já incluíram episódios como a frase "perdeu, mané".

 

Relembre alguns casos de embate entre Barroso e bolsonaristas.

 

1) Perdeu, mané

 

Em viagem a Nova York em novembro do ano passado, Barroso foi hostilizado por bolsonaristas que pediam golpe militar após o resultado das eleições de 2022. Em resposta a um manifestante, Barroso disse: "Perdeu, mané. Não amola".





 

Semanas depois, Barroso disse lamentar o episódio, mas que não se arrependia. Ele atribuiu a reação a um momento de perda de paciência com as "hordas de pessoas seguindo e xingando dos piores nomes possíveis".

 

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2) Quartéis e extraterrestres

 

Durante palestra para estudantes em Salvador, em 25 de novembro, Barroso ironizou bolsonaristas ao repetir que era preciso respeitar o resultado das eleições de 2022. "O resultado tem que ser respeitado. Não adianta apelar para quartéis e não adianta apelar para seres extraterrestres. Isso é antidemocrático."

 

O ministro fez referência a parte dos eleitores de Bolsonaro que, depois da derrota do ex-presidente, acamparam em quartéis em vários lugares do país pedindo um golpe militar. Em Porto Alegre, alguns manifestantes haviam ensaiado um pedido de socorro com a lanterna dos celulares apontadas para o céu. O caso repercutiu nas redes sociais como um pedido de ajuda a extraterrestres.





 

3) Cerco em restaurante

 

Um grupo de bolsonaristas cercou um restaurante e a casa em que Barroso estava hospedado em viagem a Santa Catarina no dia 3 de novembro do ano passado.

 

O ministro precisou sair escoltado do restaurante em Porto Belo, no litoral do estado. Os manifestantes chamaram Barroso de "lixo", "ladrão" e "vagabundo", além de dizerem que "supremo é o povo" e "eleição não se ganha, se toma".

 

4) Forças Armadas

 

Em 24 de abril de 2022, Barroso afirmou que as Forças Armadas estavam sendo orientadas para atacar o sistema eleitoral, indicando seu uso político por Bolsonaro.

 

Além da reação de bolsonaristas, a frase gerou protesto do Ministério da Defesa, que se manifestou em nota classificando a alegação como irresponsável e ofensiva. Após o ocorrido, o ministro disse que não responderia à nota da pasta, mas que não se arrependia da declaração.

 

5) Xingamento

 

Em evento com apoiadores de Santa Catarina em 6 de agostou de 2021, Bolsonaro deu a entender que Barroso enviou pessoas para hostilizá-lo e chamou o ministro de "filho da puta". Mais tarde, voltou a atacá-lo, mas negando ser um ataque.

 

"Não ofendi nenhum ministro do Supremo, apenas falei da ficha do senhor Barroso, defensor do terrorista Battisti, favorável ao aborto, da liberação das drogas, da redução da idade para estupro de vulnerável. Ele quer que nossas filhas e netas de 12 anos tenham relações sexuais sem problema nenhum. Este mesmo ministro votou pelo direito das amantes", disse.