O ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino (PSB-MA), afirmou ter novidades sobre os assassinatos da ex-vereadora do Rio de Janeiro Marielle Franco (Psol) e do motorista Anderson Gomes, em março de 2018. Ele conversou com a Agência Pública e acredita que o crime será solucionado.
"Uma equipe da PF (Polícia Federal) trabalhando só no caso Marielle há três meses... Isso me dá esperança. Mas por que minha moderação? Porque se passaram cinco anos. Imagens, impressões digitais, indícios de um modo geral se perderam", afirmou.
Dino disse, em junho, que estava com "otimismo moderado" devido ao tempo que passou da execução dos dois.
"Uma equipe da PF (Polícia Federal) trabalhando só no caso Marielle há três meses... Isso me dá esperança. Mas por que minha moderação? Porque se passaram cinco anos. Imagens, impressões digitais, indícios de um modo geral se perderam", afirmou.
E afirmou acreditar: "Que vamos chegar a uma solução do crime, sim".
Bolsonaro e 8 de Janeiro
A inelegibilidade do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) também foi abordada pelo ministro, que disse que "é muito importante, porque ele é um facínora", mas que o "extremismo político ainda encontra raízes muito fortes no Brasil".
A "personlidade despótica, autoritária e patológica de Bolsonaro" é apontada pelo ministro como ponto que une os ataques realizados ao sistema eleitoral brasileiro entre o resultado da eleição e o ataque antidemocrático do dia 8 de janeiro.
Os atentados, ainda segundo Dino, tinham como intenção criar um clima de instabilidade política e anomia institucional, pressionando as Forças Armadas a aderirem ao golpe.
O ministro alega que, apesar dos 49% dos votos, Bolsonaro não tinha apoio internacional nem da elite empresarial brasileira, o que permitiu que os militares, em 1964, depusessem o ex-presidente João Goulart.