O presidente Lula (PT) afirmou nesta quinta-feira (13/7) que não assumirá um compromisso antecipado de indicar uma mulher para o STF (Supremo Tribunal Federal) no lugar da atual presidente da corte, Rosa Weber, que se aposentará em outubro.
O mandatário também não descartou reconduzir o atual procurador-geral da República, Augusto Aras, no posto em setembro, quando acaba o mandato dele à frente da chefia do Ministério Público Federal.
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As declarações foram dadas em entrevista à TV Record. Questionado se substituirá Rosa Weber por outra mulher para não ter uma redução da participação feminina no Supremo, ele se esquivou.
"Não é um compromisso antecipado. Pode ser uma mulher, pode ser homem, pode ser um negro. Vai depender. Eu já aprendi muito, eu já indiquei muita gente. Eu quero, com muito cuidado, indicar uma pessoa para que o Brasil possa ganhar", disse.
Lula foi questionado se pode manter Aras na PGR e não refutou a ideia. "Eu nunca conversei pessoalmente com o Aras. Possivelmente eu vou conversar com o Aras, como eu vou conversar com outras pessoas, e eu vou sentir o que é que as pessoas pensam, e no momento certo eu indicarei", disse o presidente.
O mandatário também disse que não tinha relação pessoal com Zanin e que "nunca indicou um amigo para o Supremo".
"Não era amigo, era meu advogado. E pessoa extremamente capaz, foi escolhido porque é um homem do presente e do futuro. É muito estudioso, dedicado e sério", elogiou Lula.
Ele disse que "nunca vai precisar" de um favor de Zanin e que nunca pediu favor a ministros do STF indicados pelo PT.
"Posso dizer que eu nunca vou precisar de um favor pessoal do Zanin, porque eu nunca vou fazer nada errado. Quando eu tiver que falar alguma coisa com o Zanin, é o Estado brasileiro falando com o ministro da Suprema Corte. Jamais será o Lula pessoal pedindo um favor a alguém, a quem quer que seja. Esse é o meu comportamento e isso vai perdurar", declarou.
Lula também afirmou que pode fazer mudanças no governo para ampliar a base no Congresso, mas que isso só deve ocorrer em agosto, após o fim do recesso no Parlamento.
"O que pode acontecer a partir das férias dos deputados é que alguns partidos políticos queiram vir fazer parte da base do governo. Se esses partidos tiverem a decisão de vir participar do governo, nós vamos ter que fazer o manejamento no ministério. Não é nem uma reforma, é apenas acomodação de alguns partidos que ficaram fora, mas que querem participar".
Ele afirmou que a saída de Daniela Carneiro da União Brasil forçou a troca de comando no Ministério do Turismo.
"A saída ministra Daniela já estava prevista. Aliás, a ministra Daniela, eu disse para ela, ela não deveria ter saído do partido. Na hora que ela sai, fica difícil", disse.
O presidente também respondeu a uma pergunta sobre se pretende tirar Rita Serrano do comando da Caixa Econômica Federal e Ana Moser do Ministério do Esporte e se as mudanças não representariam diminuição da participação feminina no governo.
"Primeiro, não estou tirando mulheres demais. Segundo, se você for levar em conta o que você ouve de especulação, depois daqui a pouco eu vou me tirar. Daqui a pouco vão dizer que o Lula está se substituindo", disse.
Lula também rechaçou comparação entre a liberação de emendas parlamentares no atual governo e o que ocorria no governo passado, de Jair Bolsonaro. Disse que, diferentemente do que acontecia na gestão anterior, hoje os pagamentos não são feitos de modo secreto.