O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) se reunirá no final da tarde desta segunda (17/7) com representantes do governo e da oposição da Venezuela – além dos presidentes da França, Emmanuel Macron, e da Colômbia, Gustavo Petro. A Argentina também estará representada no encontro.
O mesmo grupo de países já vinha discutindo as próximas eleições venezuelanas, mas o Brasil não tinha sido convidado para integrar os debates durante o governo anterior, de Jair Bolsonaro (PL).
O encontro acontece durante a cúpula Celac-UE, que acontece nessa segunda e terça em Bruxelas, na Bélgica. O evento reúne líderes dos 33 países da Comunidade dos Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac) e os 25 da União Europeia (UE).
A informação da reunião, que não estava na agenda oficial de Lula, foi adiantada pelo jornal O Globo e confirmada pela Folha. Devem comparecer a vice-presidente venezuelana, Delcy Rodríguez, e o ex-deputado Gerardo Blyde, principal negociador da oposição. O ditador Nicolás Maduro não viajou a Bruxelas.
O objetivo desses encontros tem sido o de abrir diálogo entre Maduro e a oposição, que disputarão eleições em 2024. As primárias da oposição serão geridas por um grupo de partidos oposicionistas, já que não contarão com a estrutura do Conselho Nacional Eleitoral — os diretores do órgão renunciaram a seus cargos em junho, no que adversários interpretaram como uma tentativa de esvaziar a votação prévia.
O autoritarismo de Maduro segue forte no país, que recentemente tornou seus opositores inelegíveis, ameaçando, com isso, a possibilidade de que as eleições do ano que vem sejam livres. A principal representante da oposição, a ex-deputada María Corina Machado, por exemplo, foi declarada inelegível por 15 anos, acusada de irregularidades administrativas ocorridas oito anos atrás."Maduro fará todo o possível para sabotar e impedir que essas primárias ocorram. Antes de inabilitar María Corina Machado, já fizeram essa manobra importante que foi implodir a autoridade eleitoral, barrando o uso dos centros eleitorais e do sistema automatizado de eleição", afirmou o social-democrata Andrés Caleca, que concorrerá nas primárias em 22 de outubro.
Quanto à imprensa, "há censura e autocensura", afirmou o jornalista Omar Lugo, editor do site "El Estímulo". "Não existem meios de imprensa tradicionais e programas de rádio e TV dedicados a informação e opinião. Os meios digitais são os que permanecem de pé no jornalismo independente, mas o acesso à internet é um dos piores do mundo."
A isso tudo se unem as falas de Lula e de seus auxiliares sobre a Venezuela e seu ditador. No início deste mês, por exemplo, o petista voltou a relativizar o conceito em entrevista ao SBT: "Cada um de nós compreende a democracia do jeito que a gente quer. Aqui no Brasil eu vejo a democracia de um jeito, e eu a exerço. Eu duvido que alguém exerça democracia com mais plenitude do que eu", afirmou ele.
O mesmo grupo de países já vinha discutindo as próximas eleições venezuelanas, mas o Brasil não tinha sido convidado para integrar os debates durante o governo anterior, de Jair Bolsonaro (PL).
O encontro acontece durante a cúpula Celac-UE, que acontece nessa segunda e terça em Bruxelas, na Bélgica. O evento reúne líderes dos 33 países da Comunidade dos Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac) e os 25 da União Europeia (UE).
A informação da reunião, que não estava na agenda oficial de Lula, foi adiantada pelo jornal O Globo e confirmada pela Folha. Devem comparecer a vice-presidente venezuelana, Delcy Rodríguez, e o ex-deputado Gerardo Blyde, principal negociador da oposição. O ditador Nicolás Maduro não viajou a Bruxelas.
O objetivo desses encontros tem sido o de abrir diálogo entre Maduro e a oposição, que disputarão eleições em 2024. As primárias da oposição serão geridas por um grupo de partidos oposicionistas, já que não contarão com a estrutura do Conselho Nacional Eleitoral — os diretores do órgão renunciaram a seus cargos em junho, no que adversários interpretaram como uma tentativa de esvaziar a votação prévia.
O autoritarismo de Maduro segue forte no país, que recentemente tornou seus opositores inelegíveis, ameaçando, com isso, a possibilidade de que as eleições do ano que vem sejam livres. A principal representante da oposição, a ex-deputada María Corina Machado, por exemplo, foi declarada inelegível por 15 anos, acusada de irregularidades administrativas ocorridas oito anos atrás."Maduro fará todo o possível para sabotar e impedir que essas primárias ocorram. Antes de inabilitar María Corina Machado, já fizeram essa manobra importante que foi implodir a autoridade eleitoral, barrando o uso dos centros eleitorais e do sistema automatizado de eleição", afirmou o social-democrata Andrés Caleca, que concorrerá nas primárias em 22 de outubro.
Quanto à imprensa, "há censura e autocensura", afirmou o jornalista Omar Lugo, editor do site "El Estímulo". "Não existem meios de imprensa tradicionais e programas de rádio e TV dedicados a informação e opinião. Os meios digitais são os que permanecem de pé no jornalismo independente, mas o acesso à internet é um dos piores do mundo."
A isso tudo se unem as falas de Lula e de seus auxiliares sobre a Venezuela e seu ditador. No início deste mês, por exemplo, o petista voltou a relativizar o conceito em entrevista ao SBT: "Cada um de nós compreende a democracia do jeito que a gente quer. Aqui no Brasil eu vejo a democracia de um jeito, e eu a exerço. Eu duvido que alguém exerça democracia com mais plenitude do que eu", afirmou ele.