O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disparou críticas aos responsáveis pela agressão ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), ocorrido na última sexta-feira, e disse que os suspeitos agiram como "animais selvagens". Durante uma coletiva de imprensa, em Bruxelas, nesta quarta-feira (19/7), o petista disse que é preciso "punir severamente pessoas que ainda transmitem ódio".
"Nós precisamos punir severamente pessoas que ainda transmitem ódio. Como o cidadão que agrediu o ministro Alexandre de Moraes, no aeroporto de Roma. Um cidadão desse é um animal selvagem, não é um ser humano. O cidadão pode não concordar com a pessoa, mas ele não tem que ser agressivo, não tem que xingar, que desrespeitar. É possível a gente voltar a civilização", enfatizou Lula.
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O ministro Alexandre de Moraes foi hostilizado no Aeroporto Internacional de Roma, na Itália, ao retornar ao país após participar do Fórum Internacional de Direito, na Universidade de Siena. O episódio ocorreu na última sexta-feira (14/7) e o magistrado estava acompanhado da família.
Os suspeitos foram abordados pela PF ao desembarcar no Brasil, para uma avaliação preliminar da situação. Os suspeitos são Roberto Mantovani Filho e a mulher, Andréia Munarão, e o genro, Alex Zannata.
Andréia teria xingado o magistrado de "bandido, comunista e comprado". Depois, o marido, Roberto, passa a agredir fisicamente o ministro, reforçando as agressões verbais, e outro, Alex Zanatta, se uniu à dupla com palavras de baixo calão. Mantovani Filho teria, inclusive, dado um tapa no filho do magistrado, enquanto este tentava intervir em defesa de Moraes.
Um acordo entre Brasil e Itália prevê a cooperação. Os suspeitos podem ser acusados de injúria, calúnia, difamação e por ameaça contra o Estado Democrático de Direito.
Em depoimento à PF, Roberto Mantovani Filho negou ter agredido o filho do magistrado no aeroporto de Roma. Ele afirma ter havido apenas reagido a ofensas e "afastado" uma pessoa.
O advogado Ralph Tórtima destacou, em entrevista coletiva, que Roberto agiu após sua esposa, Andreia Munarão, ter sido hostilizada, mas que não houve motivação política. "Ele deixou claro que jamais proferiu, em momento algum, qualquer ofensa direcionada ao ministro", disse.
Roberto também chegou admitir que aconteceu um "entrevero" com um "jovem" que estava no local, mas não sabia que era um familiar de Moraes, tomando conhecimento apenas quando foi abordado pela PF.
Segundo o advogado, o casal estava passando pela sala vip do aeroporto, mas não presenciou o ministro sendo hostilizado. Pessoas teriam filmado Moraes, mas o contato teria sido por questões de segundos, sem troca de palavras.
Ontem a Polícia Federal apreendeu os celulares dos suspeitos e também foram feitas buscas na casa dos suspeitos em Santa Bárbara D’Oeste (SP). Todo o material apreendido foi lacrado e enviado a Brasília para o delegado responsável pelo inquérito.