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Estado de Minas Investigação

Marcos do Val depôs por 5 horas na PF

Senador prestou depoimento ontem sobre um suposto plano para gravar presidente do TSE, ministro Alexandre de Moraes


20/07/2023 04:00 - atualizado 20/07/2023 07:10
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 senador Marcos do Val
Político é investigado por apresentar várias versões de reunião (foto: Marcos Oliveira/Agência Senado - 2/2/23)


O senador Marcos do Val (Podemos-ES) prestou depoimento por 5 horas, na Polícia Federal, sobre um suposto plano para gravar o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) e presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Alexandre de Moraes. O parlamentar chegou na sede da corporação, em Brasília, ontem, por volta das 13h e saiu do local sem falar com a imprensa. O parlamentar foi ouvido sobre o caso pela segunda vez

Segundo o político, em dezembro de 2022, ele se reuniu com o ex-deputado Daniel Silveira e o então presidente Jair Bolsonaro (PL), no Palácio da Alvorada, e eles teriam discutido uma trama golpista para levantar suspeitas sobre a atuação de Moraes no comando da Justiça Eleitoral e pedir anulação do pleito que definiu Luiz Inácio Lula da Silva (PT) como presidente da República.

Na semana passada, o ex-presidente Bolsonaro foi ouvido sobre o caso. Ele confirmou que recebeu Silveira e do Val no Palácio da Alvorada, mas negou que os três teriam discutido um plano para gravar o ministro. Segundo o ex-chefe do Executivo, “nada foi falado” sobre Alexandre de Moraes ou a respeito de qualquer ação antidemocrática.

A apuração contra o senador foi aberta após ele fazer uma transmissão ao vivo pela Internet na qual afirmou que a revista “Veja” publicaria uma reportagem mostrando que Bolsonaro tentou coagi-lo a "dar um golpe de Estado junto com ele" e gravar o ministro do STF. Horas depois, o senador recuou da acusação direta e disse que Bolsonaro "só ouviu" o plano do ex-deputado federal Daniel Silveira.
 
Depois que o caso foi revelado, o senador deu versões diferentes sobre o plano. Em 15 de junho, ele foi alvo de uma operação da PF de busca e apreensão em seus endereços. A ação foi autorizada por Alexandre de Moraes. Foram recolhidos em seu gabinete e residências de Brasília e Espírito Santo computadores, pen drives e um telefone celular. O motivo da operação teria sido versões divergentes do caso apresentadas pelo suspeito. As contas em redes sociais do político também foram bloqueadas, por decisão do STF.

À época da denúncia, do Val contou que a ideia era gravar uma conversa entre ele e o então presidente do TSE, Alexandre de Moraes, tentando induzir o magistrado a dizer algo que sugerisse estar extrapolando os limites constitucionais. De acordo com essa versão, a gravação faria com que os aliados de Bolsonaro pedissem pela prisão do ministro e anulação do resultado da eleição do ano passado.

Do Val está afastado do mandato parlamentar há quase um mês por recomendação médica. Ele passou mal no dia 20 de junho e, segundo sua assessoria, foi aconselhado a se licenciar "imediatamente" de suas atividades para “cuidar de sua saúde”.


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