A Polícia Federal começou a periciar dois celulares e dois computadores do casal acusado de hostilizar o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), e de agredir o filho do magistrado, no Aeroporto de Roma. Os equipamentos foram apreendidos na terça-feira, por determinação da presidente da Corte, ministra Rosa Weber.
O empresário Roberto Mantovani Filho; a esposa dele, Andréia Munarão; e o genro do casal Alex Zanatta são investigados em um inquérito aberto para apurar o caso. A expectativa, de acordo com fontes na corporação, é de que a perícia seja concluída nas próximas horas, pois se trata de um material simples e com pequena quantidade de dados para serem analisados.
A operação da PF foi deflagrada para investigar supostos crimes de injúria, perseguição e desacato contra Moraes. O episódio ocorreu na sexta-feira passada.
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Mantovani Filho disse, ainda, que pode ter encostado o braço no rosto do filho de Moraes para proteger a esposa. Já o ministro ressaltou, também em depoimento, que os óculos do jovem caíram em razão das agressões.
A apreensão dos celulares ocorreu após os acusados relatarem aos agentes que teriam usado um telefone para gravar o incidente. Assim, os investigadores esperam que vídeos ou fotos ajudem a elucidar o caso.
Imagens
De acordo com informações obtidas pelo Correio Braziliense com fontes na Polícia Federal, as imagens do Aeroporto de Roma estão em poder da Polícia Internacional (Interpol), entidade da qual a PF faz parte. As gravações devem chegar ao Brasil até esta sexta-feira.
Conforme autoridades que tiveram acesso ao material, as imagens são praticamente fiéis à versão de Moraes. O ministro sustenta que as hostilidades tiveram início no portão de embarque e seguiram até a entrada vip do terminal.
Os acusados, por sua vez, contam que teriam visto Moraes na sala VIP e reclamado de suposto privilégio para o ministro. Afirmam que, posteriormente, foram informados de que o local é acessado mediante agendamento prévio.
Em nota, os Mantovani destacaram que "foram, em especial Andréia, gravemente ofendidos por mencionado jovem que, em duas oportunidades, os desrespeitou, com ofensas extremamente pesadas, o que somente cessou quando da intervenção do ministro Alexandre de Moraes, que o reconduziu ao interior da sala VIP".
O magistrado retornava ao Brasil depois de participar do Fórum Internacional de Direito, na Universidade de Siena, na cidade da Toscana, quando teria sido alvo dos quatro suspeitos. Ele relatou ter sido chamado de "bandido e comunista" e que a família estava visivelmente agressiva.
As primeiras oitivas começaram logo após o desembarque dos envolvidos no Aeroporto de Guarulhos, em São Paulo.