O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, discursou neste sábado (22/07) na Reunião Ministerial de Transições Energéticas (ETMM) do G20, em Goa, na Índia. Ele destaca que a política de transição energética é o remédio para mitigar as mudanças climáticas, mas lembrou que o Brasil já possui uma das matrizes elétricas mais limpas do mundo.
destacada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), também foi pontuada por Silveira. “Não podemos abrir mão de encontrar as soluções econômicas, tecnológicas, sociais e ambientais possíveis para que a transição energética ocorra, considerando as diferentes realidades de cada país e os compromissos diplomáticos que nossos países assumiram em momentos anteriores”, disse o ministro.
A ideia de uma economia verde, Em seu discurso, ele ainda afirmou que a Política Nacional de Transição Energética será lançada neste mês de agosto, com potencial de gerar investimentos na ordem R$ 2 trilhões nos próximos 10 anos.
“Tudo isso está sendo construído em plena integração com o setor privado, em ampla harmonia com os demais setores governamentais e em contínuo e franco diálogo com a sociedade brasileira”, ressaltou o ministro.
O chefe da delegação brasileira na reunião do G20 afirma ainda que não se pode “perder o embalo” na implementação de ações concretas para o combate às mudanças climáticas e promoção da transição. Ao mesmo tempo que representantes das 20 maiores economias do mundo debatem o assunto na Índia, a Organização das Nações Unidas (ONU) alerta para uma situação catastrófica no futuro.
No início do mês, António Guterres, secretário-geral da ONU, apontou que as mudanças climáticas podem estar “fora do controle”. O aviso ocorre no momento em que o mundo bate recordes de calor na terra e na superfície dos oceanos, segundo dados da Organização Meteorológica Mundial (OMM). Na europa, por exemplo, temperaturas elevadas acima dos 40ºc, são esperados até o fim do mês.
Aliança para os Biocombustíveis
Na reunião deste sábado em Goa, também foi lançada a Aliança Global para os Biocombustíveis (Global Biofuels Alliance – GBA). A iniciativa é liderada pela Índia em conjunto com o Brasil e os Estados Unidos, pretendendo atrair mais países e ampliar a cooperação técnica e tecnológica visando, também, a descarbonização do setor de transportes e a transição energética.
Para Silveira, o projeto é uma proposta imediata de descarbonização do setor de transportes, e terá a missão de ajudar os países, especialmente do Sul Global, no caminho da energia sustentável. “Neste setor, podemos garantir geração de emprego e renda, menor preço ao consumidor e diminuição da pegada de carbono. Não queremos ficar isolados do mundo”, ressaltou.
Entre as iniciativas propostas pelo Ministério de Minas e Energia (MME) para impulsionar a transição está o chamado “Combustível do Futuro”, que são medidas para ampliar o uso de combustíveis sustentáveis e com baixa emissão de carbono, principalmente o etanol.
A pasta está preparando uma proposta para aumentar de 27,5% para 30% o teor de etanol na gasolina. A medida ainda será discutida no Conselho Nacional de Política Energética (CNPE). A indústria sucroenergética é uma das prioridades do governo Lula.
“A integração de programas visando a mobilidade sustentável possibilitará reduzir a intensidade de carbono dos combustíveis com maior utilização de etanol, biodiesel e biometano, ao mesmo tempo que a indústria automotiva brasileira terá metas para que seus motores sejam mais eficientes”, exclamou Alexandre Silveira.
Segundo dados do MME, o uso do etanol no Brasil, ao longo de quase 40 anos, proporcionou uma economia equivalente a mais de 2,5 bilhões de barris de petróleo, o que equivale a mais de 200 bilhões de dólares nas cotações atuais.
Pelo menos 80% da frota brasileira de veículos leves é composta por veículos flex, lançados em 2003 durante o primeiro mandato do presidente Lula. As vendas alcançaram a casa dos 40 milhões de unidades ao longo de 20 anos. Com o uso de biocombustíveis, a estimativa é que 1,5 bilhão de toneladas de CO2 deixaram de ser emitidos.