Neste domingo (23/7), em discurso no evento de posse da nova diretoria do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC paulista, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) manteve um tom severo contra casal investigado por hostilizar o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, em Roma e se referiu a bolsonaristas como ‘malucos’.
Na sede do sindicato, em São Bernardo do Campo, o presidente falou sobre a situação envolvendo Moraes e atacou os suspeitos de terem agredido Moraes e seus familiares. "No aeroporto de Roma, tinha um canalha que não só xingou ele, como bateu no filho dele", afirmou o petista.
Em 15 de julho, Moraes, sua esposa e filho foram hostilizados em aeroporto da capital italiana pelo casal Andréia Munarão e Roberto Mantovani Filho. Os investigados já foram alvos de mandados de busca e apreensão e são suspeitos de agressão ao filho do magistrado. Com longo histórico de atuação política no interior paulista, Mantovani foi expulso do PSD em meio à repercussão do caso.
O presidente brasileiro já elevou o tom contra os investigados por agredir o ministro do STF em outras oportunidades. Na última semana, por exemplo, o petista chamou os suspeitos de ‘animais selvagens’ durante entrevista coletiva em Bruxelas, na Bélgica.
Lula prosseguiu falando sobre o bolsonarismo de forma mais geral e ressaltou que considera necessário a retomada de um clima civilizado no país. "Nós derrotamos o Bolsonaro, mas não derrotamos os bolsonaristas ainda. Os malucos estão na rua, ofendendo pessoas, xingando pessoas. E nós vamos dizer para eles que nós queremos fazer com que esse país volte a ser civilizado", afirmou.
Em tom de campanha, o presidente destinou a maior parte de seu discurso para tratar sobre redução de desigualdades e destacou sua origem política e laboral nas fábricas do ABC Paulista. "Se nós produzimos carro, se nós queremos carro. Se nós produzimos computador, nós queremos computador. Se nós produzimos roupa, queremos roupa", disse durante a fala de cerca de 25 minutos.
No domingo pela manhã, antes de comparecer ao evento do sindicato, o presidente passou por procedimento médico na capital paulista para tratar de dores no quadril que o têm incomodado há meses. Segundo a assessoria da presidência, ainda neste ano, o petista passará por cirurgia para resolver uma artrose no fêmur.