A deputada bolsonarista Júlia Zanatta (PL-SC) fez defesa explicita do porte de armas durante a inauguração de um clube de tiro em Florianópolis, no último sábado (22/7). Ela criticou as novas regras para armamentos divulgadas pelo presidente Lula (PT) e disse que “todo poder emana de um cano de uma arma”.
A parlamentar começou o discurso dizendo que o evento acontecia numa data simbólica: “Um dia depois do decreto genocida do Lula que quer desarmar o cidadão de bem, que é algo que eles planejam há muito tempo”, afirmou.
O novo decreto, assinado na sexta-feira, limita o acesso a armas e munições para civis, buscando o "controle responsável de armas". Na prática, a regulamentação reduz de 4 para 2 o número de armas, e respectivas munições, para fins de defesa pessoal e exige a demonstração da efetiva necessidade de adquiri-las, entre outros pontos.
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Ela ainda definiu como uma "guerra assimétrica" a relaçção entre os armamentistas e o governo federal. “Não adianta ficar choramingando embaixo da coberta, que nada vai acontecer. Nós precisamos estar mais unidos do que nunca, trabalhar e fazer barulho porque numa guerra assimétrica não existe solução, existe resistência e fricção. A abertura deste clube de tiro incomoda sim quem está tentando barrar nossos direitos”, disse.
“Eles sabem que todo poder emana do cano de uma arma”, finalizou, em referência ao artigo primeiro da Constituição Federal, que diz que “Todo poder emana do povo”. Zanatta escreveu na legenda do vídeo de seu discurso batalha em prol da liberdade e da família, em referência às armas.
Em maio, a deputada foi acusada de incitação à violência por aliados de Lula, após postar uma foto em que segura uma carabina enquanto veste uma camiseta estampada com uma mão com quatro dedos perfurada por balas.
Na postagem, a deputada escreveu: "Come and take it! Não podemos baixar a guarda. Infelizmente a situação não é fácil. Com Lula no poder, deixamos um sonho de liberdade para passar para uma defesa única e exclusiva dos empregos, do pessoal que investiu no setor de armas". "Estamos agora falando em socorrer empregos e lutar por segurança jurídica! Nesse desgoverno do PT, temos que lutar para garantir o que já está na lei. E impedir retrocessos. Contem comigo. Não desistiremos.", publicou.
Dias depois, a parlamentar, conhecida por usar uma coroa de flores, ameaçou processar o jornalista Chico Pinheiro após ele associá-la ao regime nazista. Para ela, ele quer persegui-la, humilhá-la e "impedir o livre exercício" do mandato.
O jornalista fez uma associação entre a tiara e o nazismo e disse que o mandato da parlamentar deveria ser cassado.”Essa "coroa" era usada por crianças e mocinhas na Alemanha, homenageando o führer . Merece ser cassada!", escreveu Chico.