O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), participou nesta segunda-feira (24/7) de evento em São Paulo e falou sobre a reforma ministerial em preparação pelo governo Lula (PT).
Leia Mais
Lira elogia esforços de Haddad na aprovação da reforma tributáriaBolsonaro chama de 'comunismo' ponto da reforma também proposto por GuedesDezessete municípios mineiros terão perda de arrecadação com reformaLira nega sucessor na Câmara: 'Temos ainda um ano e meio'Lira deve se reunir com Lula e com Haddad nesta semanaGoverno federal vai propor fim dos juros sobre capital próprio"Eu penso que esse assunto está sendo, de uma certa forma, atropelado. Isso não ajuda na governabilidade. E eu acho que o governo tem que ajudar a se facilitar", afirmou ao final de um almoço-debate do Lide - Grupo de Líderes Empresariais.
Questionado se chegou a se reunir na semana passada com Lula para tratar do assunto, Lira negou. "Não é um assunto para tratar agora. Então, não foi marcado ."
"Esse não é um assunto prioritário para a presidência da Câmara. O presidente Lula está imbuído de resolver esse assunto. Tem que ser no tempo do governo, da maneira que o governo achar, e aí sim ele me chama oficialmente", acrescentou.O parlamentar afirmou que só teve reunião com o petista logo após a aprovação da Reforma Tributária na Câmara. Segundo Lira, ambos trataram brevemente sobre governabilidade.
"A única coisa que eu disse é que quanto mais o governo tiver facilidade no plenário, tanto melhor para eles e para mim", afirmou. O deputado reiterou, contudo, que quem tem que construir a base governista e o próprio governo.
A negociação sobre os ministérios que o PP e o Republicanos vão ocupar na Esplanada foi aberta no início do mês. Cerca de três semanas depois, as tratativas pouco avançaram após o retorno de Lula, que estava em viagem na Europa.
Os dois lados têm esticado a corda. Nos movimentos mais recentes, o governo tem sinalizado com ministérios menos expressivos em relação a capilaridade e orçamento que o Desenvolvimento Social. Mas o PP, de Lira, tem dito que, se não conseguir a pasta de Dias, quer uma do mesmo patamar ou ainda maior, como Saúde, Integração Nacional e Minas e Energia.
Pacote da democracia
O presidente da Câmara disse não ter lido ainda os dois projetos de lei assinados por Lula que endurecem o combate a crimes contra a democracia.Um dos projetos, que foram chamados de pacote da democracia, propõe pena maior a quem atentar contra a integridade física dos presidentes da República, da Câmara e do Senado, além dos ministros do STF (Supremo Tribunal Federal).
Lira concordou que deve haver algum tipo de regramento para punir agressões a políticos. "A gente tem o direito de divergir, de pensar diferente, de ter ideologias diversas. A gente só não tem o direito de agredir ninguém por ocupação de cargos públicos", disse.
O parlamentar afirmou que o assunto já tem tramitado no Congresso por meio de outros projetos de lei. "A gente vai ter que ver como regra isso, sem nenhum tipo de privilégio, mas também a gente não pode permitir que essas coisas continuem acontecendo, principalmente a familiares."