Isso porque o PM reformado teria, segundo Queiroz, carregado a arma sem usar luvas. As cápsulas foram descartadas em um estojo, junto com a placa picotada do carro usado para o assassinato, um Cobalt prata.
Segundo o depoimento, Maxwell e Lessa foram até a casa de Élcio, no Engenho de Dentro, na zona norte carioca, no dia seguinte ao assassinato para se livrarem do carro. Decidiram fazer o serviço na casa de Élcio, já que a garagem dele era fechada, com telhado. Ele também afirmou à PF e ao Ministério Público que se desfez do arquivo com imagens das câmeras de segurança da casa.
"Deu certinho o carro ali, a casa da minha mãe na frente, que tá alugada agora e estava em obra na época", disse Élcio. Segundo o depoimento, Ronnie entregou novas placas a Élcio e Maxwell, que retiraram as placas traseira e frontal do Cobalt.
Ainda neste momento, eles teriam feito uma varredura no carro para buscar cápsulas que sobraram dos disparos da noite do crime.
Eles levaram as placas para a sala da casa da mãe de Élcio, em obras. "Fomos na sala da casa da minha mãe; ficamos lá e eles cortando pedacinho por pedacinho da placa." Os restos da placa foram colocados em um saco plástico.
Élcio afirma que Maxwell foi quem conseguiu uma placa nova para os veículos. O trio se dividiu: Élcio dirigiu o carro de Ronnie, que sentou no banco de carona, e Maxwell dirigiu o carro usado no crime.
"Fomos no sentido Rocha Miranda [zona norte], beirando a estação Engenho de Dentro, Quintino; foi aí nesse meio do caminho que fomos beirando o muro e o Ronnie foi despachando a placa."
No depoimento, Élcio diz que Ronnie ia jogando os restos da placa por cima do muro, para que caíssem na linha do trem. "E uma coisa quase praticamente impossível de achar; até porque a linha do trem tem muito cascalho."
Já as cápsulas foram motivo de preocupação porque Ronnie havia carregado a arma sem luvas. Mas, segundo Élcio, ele afirmou que não precisava usar porque o calor impediria a checagem das digitais.