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O presidente também questionou o objetivo de um cidadão que quer portar uma pistola 9 milímetros e ainda criticou os decretos do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) que ampliaram o acesso às armas de fogo, afirmando que a proposta tinha o objetivo de "agradar o crime organizado".
"O que ele vai fazer com essa arma? Vai fazer coleção? Vai brincar de dar tiro? Porque no fundo no fundo esse decreto de liberação de armas que o presidente anterior fez era para agradar o crime organizado, porque quem consegue comprar é o crime organizado e gente que tem dinheiro. Pobre trabalhador não está conseguindo comprar comida. Não está conseguindo comprar o material escolar do seu filho", afirmou.
Clubes de tiro em Minas
Minas Gerais tem 243 empresas de clube de tiro, conforme lista disponibilizada no site da Diretoria de Fiscalização de Produtos Controlados do Comando Logístico do Exército Brasileiro. A última atualização foi em 3 de agosto de 2022.
O Estado de Minas entrou em contato com federações e clubes para repercutir a fala do presidente Lula de que vai “fechar quase todos os clubes de tiro”, mas não teve retorno de nenhuma das empresas.
Das 30 listadas em BH, uma é a Federação Mineira de Tiro Prático (FMTP). Por telefone, um diretor da instituição questionou o motivo da reportagem, fez críticas à imprensa, pediu para enviar as perguntas por e-mail e antecipou que a instituição provavelmente não responderia à demanda do jornal, o que acabou se confirmando.
O EM apurou ainda que a Confederação Brasileira de Tiro Prático (CBTP), também com sede na capital mineira, publicou, dois dias depois da posse de Lula, o “Comunicado aos Associados sobre o Decreto 11.366”.
Datado de 1º de janeiro, a decisão do governo federal suspendeu os registros para a aquisição e transferência de armas e de munições de uso restrito. O decreto foi substituído pelo de número 11.615, em 21 de julho, mas o documento continua fixado no perfil da CPTP no Instagram.
“É importante que todos saibam, que a confederação vem atuando em diversas reuniões com os membros do atual governo, desde o final do segundo turno das eleições, a fim de garantir a continuidade do nosso esporte nos níveis de excelência. Estamos passando por momentos difíceis, no sentido de que algumas restrições possam diminuir a nossa atuação como atletas, principalmente na participação dos campeonatos de Tiro Prático”, disse a entidade.
No documento, a CPTP pediu calma quanto ao decreto e disse que sempre atuou como entidade de fiscalização dos produtos controlados em conjunto ao Exército Brasileiro, como determina a legislação. “Entendemos que os atletas estejam receosos com a promulgação do Decreto 11.366 de 1º de janeiro de 2023, porém deve ser visto como norma transitória, posto que na mesma norma consta a instituição de um grupo de trabalho para a discussão da nova regulamentação à Lei 10.826, de 2003”, informou.