O ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, rebateu nesta terça-feira (25/7) as críticas feitas ao governo federal pela investigação do assassinato da vereadora Marielle Franco. Dino disse que "viu de tudo" após a divulgação da delação premiada que levou à prisão, ontem (24), o ex-bombeiro Maxwell Simões Corrêa, e que há "muita gente incomodada" com o avanço das investigações.
Flávio Dino também declarou que as falas não o intimidam, e que nada vai mudar nas investigações.
"Me impressiona a quantidade de gente incomodada com o avanço das investigações do caso Marielle. Me impressiona, mas não me intimida nem desmotiva", escreveu o ministro em sua conta no Twitter.
"Vi de tudo nas últimas 24 horas: disparates jurídicos proferidos por incompetentes; comentários grosseiros na TV; campanhas de desinformação via internet; reclamação pela presença da Polícia Federal nas investigações. Sabem o que mudou no nosso caminho de luta? Nada", acrescentou.
Lava-jatistas criticam uso de delação
Ontem, informações dadas pelo ex-policial militar Élcio Queiroz levaram a uma nova operação da PF, incluindo a prisão de Maxwell Simões. Alguns políticos da oposição, porém, ironizaram o uso da delação premiada pelo governo.
"A colaboração premiada, apesar de demonizada pelo PT, revelou as roubalheiras a Petrobras durante o governo Lula, e agora é invocada pelo PT para confirmar o que já sabíamos, que (Ronnie) Lessa é o suspeito do assassinato de Marielle. Espero que cheguem no mandante e mordam a língua ao criticarem métodos modernos de investigação", disse o ex-juiz e senador Sergio Moro (União-PR) em entrevista ao jornal Folha de S. Paulo.
Na Operação Lava-Jato, da qual Moro foi juiz, ele foi muito criticado pelo PT pelo uso de delações premiadas. O ex-procurador da Lava-Jato e ex-deputado federal, Deltan Dallagnol, que teve seu mandato cassado, também ironizou a ação do governo.
"Delação agora é prova? Até ontem, o PGR tava desdenunciando e o STF tava desrecebendo denúncias adoidado contra corruptos, sob o fundamento de que apenas a delação não é suficiente", comentou.