A ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, disse que é decepcionante que alguns integrantes do Partido dos Trabalhadores (PT), sigla do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), apoiem a recondução de Augusto Aras ao cargo de Procurador-Geral da República.
Para a ministra, durante os dois mandatos, Aras fez do Ministério Público uma gestão de "subserviências e de aceno político" ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
"Decepcionante e, se isso efetivamente acontecer, ao meu ver seria um desastre e eu ficaria extremamente decepcionada. Fala alguém que votou, no primeiro momento, na indicação de Aras, mas votou contra a recondução dele, justamente por ver que ele estava fazendo do Ministério Público, que é um órgão de fiscalização e controle da máquina pública, uma gestão de subserviências e de aceno político ao presidente de plantão", disse Tebet em entrevista à jornalista Miriam Leitão, da Globo News.
Recondução de Aras
Com menos de dois meses para encerrar o mandato, Aras iniciou uma espécie de campanha nas redes sociais e nos bastidores do Ministério Público Federal (MPF) para tentar se reconduzir ao cargo. A recondução de Augusto Aras, que antes parecia improvável, vem sendo defendida por integrantes influentes do PT.
Nos bastidores, aliados do presidente Lula acreditam que o atual PGR é um moderador e seria um perfil garantista para o governo. Eles também apontam as críticas do chefe do MPF à Lava-Jato. Nos últimos dias, Aras enalteceu a própria gestão, usando, como trunfo, o posicionamento dele contrário a respeito da Operação Lava-Jato.
O presidente Lula já avisou que não seguirá a lista tríplice elaborada pelas entidades de classe, mas ainda não divulgou quem será o escolhido. Aras foi nomeado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), em 2019, e reconduzido ao posto em 2021. A gestão na PGR foi marcada por duras críticas.