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Estado de Minas 2018

Bolsonaro resgata vídeo para insinuar que PT ordenou facada

Vídeo de 2021 do ex-ministro José Dirceu (PT) se referia à facada como um 'dos erros nossos', mas político já havia se retratado


27/07/2023 15:04 - atualizado 27/07/2023 15:05
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Jair Bolsonaro
Trecho compartilhado pela família Bolsonaro foi retirado de uma entrevista que o petista concedeu ao canal Tutaméia (foto: Alexandre Guzanshe/EM/D.A Press)
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) publicou nesta quinta-feira (27/7), em suas redes sociais, o trecho de um vídeo de 2021 em que o ex-ministro José Dirceu (PT) se refere à facada de Adélio Bispo, em 2018, como "um dos erros nossos".

 

Apesar de não ter incluído legenda nem no Twitter, nem no Instagram, Bolsonaro manteve nas publicações o título usado por um site que reproduziu a fala do petista: "José Dirceu (PT) assume: 'Facada em Bolsonaro foi erro nosso'".

 

Alguns seguidores interpretaram o post como se o PT ou Dirceu estivessem confessando a culpa pelo crime.

 

Leia: Fernando Holiday: 'Bolsonaro está filiando um negro meio veado' 

 

O mesmo trecho já havia sido compartilhado, em agosto de 2021, pelo vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ), o filho do ex-presidente que se notabilizou por comandar a estratégia digital do pai.

 

À época, Dirceu foi ao Twittter para esclarecer o que havia tentado dizer.

 

"Minha fala é uma lista de fatos imprevisíveis na política, que poderiam impedir a eleição do Lula ou do Haddad em 2018. Dentre eles, possíveis erros nossos E a facada em Bolsonaro. Coisas diferentes, compondo a mesma listagem de fatos imprevisíveis", escreveu.

 

E concluiu: "Só não entenderá quem não sabe interpretar frases (ou sabe mas distorce de propósito)."

 

O trecho compartilhado pela família Bolsonaro foi retirado de uma entrevista que o petista concedeu ao canal Tutaméia, no YouTube, transmitida ao vivo em abril de 2021. A fala começa aos 41 minutos e 38 segundos.

Investigação sobre facada

Em 6 de setembro de 2018, Bolsonaro sofreu uma facada durante ato em Juiz de Fora, no interior de Minas Gerais. Foi atingido no abdômen e precisou passar por três cirurgias.

 

O autor do crime, Adélio Bispo de Oliveira, foi preso e absolvido por ser considerado inimputável devido a problemas psicológicos.

O delegado Rodrigo Morais Fernandes concluiu por duas vezes que não houve mandante no atentado.

 

Apesar das reiteradas afirmações da PF de que Adélio agiu sozinho, o ex-chefe do Executivo nunca deixou de levantar suspeita de que havia um mandante por trás do crime.

 

Em abril de 2020, chegou a fazer críticas públicas à investigação da corporação. "Vai ser reaberta a investigação. Vai fazer a investigação. Foi negligenciado. A conclusão foi o 'lobo solitário'. Como é que pode o 'lobo solitário' com três advogados, com quatro celulares, inclusive andando pelo Brasil?", disse Bolsonaro a uma apoiadora que o questionou sobre o assunto na ocasião.

 

A conclusão de Fernandes pelo ato solo de Adélio baseia-se na análise de quebras de sigilos do autor do crime e de pessoas que poderiam ter alguma ligação com o ato, além de uma análise exaustiva das imagens do dia do atentado.

 

A PF diz que fez perícia em computadores da lan house que Adélio frequentava, analisou 2 terabytes de imagens de Juiz de Fora (MG) e mais de 250 gigabytes de informações em mídia e avaliou emails e mensagens em aplicativos de conversa.


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