segundo a denúncia feita pelo ex-assessor do vereador, Nicolas Guimarães Diniz, divulgada pela reportagem do Estado de Minas na última segunda-feira (24), participava ativamente do esquema de rachadinha dentro do gabinete.
Geraldo também é pai de João Paulo Silva que, No vídeo o pastor pede para que os devotos da cidade “rezem” para o vereador e os outros envolvidos. “Pedir para os irmãos uma oração a favor do vereador Joaquim Rufino e os demais que foram citados. Eu quero pedir aos irmãos que evitem comentários e que olhem, porque todos nós estamos sujeitos. Alguém fica insatisfeito com uns uma hora e fala coisas que não procede”, disse.
Ele também cita um versículo da bíblia para justificar as denúncias feitas contra o vereador. “Bem aventurado serão vocês quando, por minha causa, os insultarem e os perseguirem”, contou o pastor.
Geraldo também cita no vídeo o nome de João Paulo e dos pastores denunciados por Nicolas pelo esquema de rachadinha.
Em nota enviada pelo pastor à reportagem, ele disse que "trata-se de um vídeo direcionado aos membros da Igreja, solicitando oração em favor do Vereador e demais pessoas mencionadas que são membros da Igreja. Como Pastor, creio que essa é a postura a se adotar".
Ainda no comunicado, o pastor diz que "tratam-se de membros com conduta exemplar perante a Igreja, nada havendo que macule sua imagem e sua honra" e que espera que todos serão inocentados ao fim da investigação.
Também tentamos contato com a assessoria da Assembleia de Deus, mas não tivemos retorno.
Relembre o caso
Joaquim Rufino é alvo de denúncias feitas pelo seu ex-assessor, Nicolas Guimarães Diniz, que trabalhava no gabinete e foi, por meses, segundo ele, alvo da perseguição no ambiente de trabalho. Atualmente, Diniz está afastado por problemas médicos.
Diniz conta que era perseguido pelo vereador e seus assessores por ser homessexual. Pastor de uma famosa igreja da Região Metropolitana de Belo Horizonte, Rufino falava, de acordo com o servidor, que o assessor precisava “frequentar mais a igreja” e que tinha a “cura” para a “doença” dele. Toda essa perseguição terminou com o funcionário do gabinete sendo coagido e assediado a participar de um esquema de rachadinha.
Segundo Diniz, o esquema de rachadinha começou em 2021. Ele conta que foi abordado pelo chefe de gabinete, João Paulo Silva, que também é filho do presidente da Igreja Assembleia de Deus em Lagoa Santa. De acordo com o ex-assessor, Silva precisava de mais uma pessoa para participar do esquema e dividir os saques mensais de R$ 930, que eram repassados a dois pastores da igreja.
No meio tempo, o chefe de gabinete de Rufino mantinha um outro emprego, como funcionário de uma empresa de aviação, o que não é permitido pela legislação municipal. Durante os últimos dois anos, os saques eram feitos e repassados mensalmente. Além disso, Diniz era obrigado a repassar valores e até mesmo pagar contas pessoais do vereador e de seus amigos.
Os pastores eram Vanderley Matias Ramos e Marcos Justino da Silva. Para a reportagem, Nicolas disse que Joaquim prometeu a eles cargos dentro do gabinete por terem ajudado na campanha eleitoral. Mas, após as eleições, o vereador contratou para o gabinete vários membros de sua igreja, não sobrando vaga para os dois. A rachadinha foi um jeito encontrado por ele para compensar a não nomeação.
Diante da possibilidade de denúncia dos assédios sofridos dentro do gabinete, Nicolas Guimarães Diniz recebeu promoções consecutivas. Ele recebia um salário base de R$ 1,6 mil no fim de 2021 e, em março do ano seguinte, já tinha em seu contracheque as cifras de R$ 3,4 mil. Em maio de 2023, o valor subiu para R$ 5,8 mil. Em troca dos aumentos, ele deveria participar de um esquema de ‘rachadinha’ beneficiando dois pastores evangélicos.
Diniz também contou que foi perseguido por ser homessexual. Grande parte do assédio vinha dos membros da Igreja Assembleia de Deus, que eram comissionados no gabinete do vereador Joaquim Rufino. “Os casos de homofobia começaram a partir de pressão de membros da Igreja Assembleia de Deus. Tudo que o vereador faz é sob o comando da igreja. A igreja, quando descobriu que sou gay, pressionava o Rufino para poder me exonerar, então aí começaram as tentativas de cura gay, em locais isolados dentro da Câmara Municipal, onde eles praticamente me demonizam. Queriam fazer um tipo de exorcismo como se eu tivesse um demônio ou alguma doença”, conta.
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