A pasta é alvo de cobiça de integrantes dos partidos do centrão, que negociam ampliar espaço na Esplanada em troca de apoio às pautas do governo no Congresso Nacional.
"Acho que essa expectativa tende a zero. Isso aí não é um problema meu, mas a entrega de um ministério que tem a cara dele para um partido que não esteja, vamos dizer, que tenha mais história com a gente", disse a jornalistas no Palácio do Planalto.
"Esse é o problema, também atiravam na Saúde, agora no Wellington, quem será o próximo?", completou.
A pasta liderada por Nísia Trindade também entrou na mira do centrão, mas Lula já rechaçou publicamente demiti-la. Quanto ao Desenvolvimento Social, o chefe do Executivo também afastou interesses do centrão sobre a pasta.
"Esse ministério é um ministério meu. Esse ministério não sai. A Saúde não sai. Não é o partido que quer vir para o governo que pede ministério. É o governo que oferece o ministério", disse, em entrevista à TV Record, no último dia 13.
"É só fazer uma inversão de valores. No momento certo, nós vamos conversar da forma mais tranquila possível. Não quero conversa escondida, conversa secreta. Na hora que voltar Congresso Nacional, que for juntar os líderes dos partidos que vou conversar, toda a imprensa vai ficar sabendo o que que eu conversei com cada um, o que foi ofertado para a participação do governo e o que o governo quer estabelecer de relação com o Congresso até o final do mandato", completou.
A primeira-dama, Rosângela da Silva, a Janja, também já havia passado recado de força de Wellington Dias. Na semana passada, ela disse na gravação de um vídeo no ministério, ao lado dele, que a pasta é o "coração do governo".
"Eu estou aqui no MDS e esse é o coração do governo. O presidente Lula fala que a população mais pobre do Brasil é a prioridade desse governo. Então, o Ministério do Desenvolvimento Social é que atende. As políticas públicas feitas para essa população acontecem e são pensadas aqui com essa equipe maravilhosa", afirmou a primeira-dama na ocasião.
Apesar dos gestos, a pasta comandada por Wellington Dias tem acumulado críticas dentro do Palácio do Planalto, pela frustração com a baixa quantidade de pautas positivas para o governo, e também no Congresso Nacional, por ter travado a liberação de emendas. O ministério tem R$ 276 bilhões de orçamento --mais do que Saúde e Educação.