"As pessoas já estão preocupadas com o sucessor Procurador-Geral da República, com outro membro da Suprema Corte. Ninguém tem mais experiência para escolher procurador do que eu, porque eu já escolhi três", declarou Lula.
O presidente Lula ainda disse que está interessado em ouvir várias pessoas e ir atrás de informações sobre o possível próximo PGR. Ele ainda pede para que as pessoas parem de tentar adivinhar quem será o indicado.
"Vou escolher no momento certo, na hora certa. Vou ouvir muita gente, vou atrás de informações, discutir se é homem, se é mulher, se é negro, se é branco. E isso tudo é um problema meu, que está dentro da minha cabeça e quando eu tiver um nome, eu indico. Ninguém tem que ficar tentando adivinhar. Eu vou escolher a pessoa que eu achar que é melhor para os interesses do Brasil. Se der errado, paciência, mas eu vou tentar escolher o melhor", disse Lula.
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"Eles fizeram a sociedade brasileira refém muito tempo. Obviamente que vou escolher com mais critério, mais pente fino, para não cometer um erro. Eu não quero escolher alguém que é amigo do Lula. Quero escolher alguém que é amigo desse país. Eu quero escolher alguém que não faça denúncia falsa. Quem faz uma denúncia falsa e depois não prova deveria pagar os custos dos processos", disse Lula em referência às acusações que Dallagnol fez contra ele na Operação Lava-Jato.
Para o presidente, na época da Lava-Jato, o então juiz federal Sergio Moro, hoje senador pelo União Brasil, e Dallagnol, estabeleceram uma "espécie de pacto" que convenceu toda a sociedade que todas as acusações contra os envolvidos na Operação Lava Jato eram verdadeiras. "A sociedade embarcou através dos meios de comunicação. Era uma coisa unânime. Tinham pessoas que eram tão importantes nesse país e viraram pó. Muitas empresas importantes se destruíram."
Sucessão de Augusto Aras
O presidente Lula já avisou que não seguirá a lista tríplice elaborada pelas entidades de classe, mas ainda não divulgou quem será o escolhido. Aras foi nomeado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), em 2019, e reconduzido ao posto em 2021.
Com menos de dois meses para encerrar o mandato, Aras iniciou uma espécie de campanha nas redes sociais e nos bastidores do Ministério Público Federal (MPF) para tentar se reconduzir ao cargo. A recondução de Augusto Aras, que antes parecia improvável, vem sendo defendida por integrantes influentes do PT.
Nos bastidores, aliados do presidente Lula acreditam que o atual PGR é um moderador e seria um perfil garantista para o governo. Eles também apontam as críticas do chefe do MPF à Lava-Jato. Nos últimos dias, Aras enalteceu a própria gestão, usando, como trunfo, o posicionamento dele contrário a respeito da Operação Lava-Jato.