O ex-diretor adjunto da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) Saulo Moura da Cunha declarou nesta terça-feira (1°/8) que o ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), general Gonçalves Dias, determinou a remoção do nome dele em planilha que registra os alertas enviados pela agência nos dias anteriores aos ataques terroristas do 8 de janeiro.
Leia Mais
Tebet sabia da escolha de Pochmann para IBGE, diz LulaCPMI dá 48 horas para Dino apresentar imagens do ministério no 8/1Lula sobre Dallagnol: 'Montou uma quadrilha no Ministério Público'Flávio acusa relatora da CPMI de vazar dados do PIX de Bolsonaro "Eu entreguei essa planilha para o ministro, e o ministro determinou que fosse retirado o nome dele dali. Ele determinou, eu obedeci a ordem", afirmou Saulo durante oitiva à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que investiga o 8 de janeiro. O ex-diretor disse ainda que a primeira versão da planilha, com os alertas recebidos por G. Dias, foi arquivada pela Abin.
Saulo disse ainda que a planilha continha os 33 alertas enviados pela Abin entre o dia 2 e o dia 8 de janeiro, e que enviou alertas pessoalmente ao ex-chefe do GSI. Questionado pela relatora do colegiado, senadora Eliziane Gama (PSD-MA), se ele teria sido conivente com uma determinação ilegal, o ex-diretor negou.
"A ordem não é ilegal, ele é quem determina quais informações devem ser incluídas. Da parte da Abin, não houve nenhuma iniciativa de esconder informações", disse Saulo. À época, a agência era subordinada ao GSI. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) transferiu a Abin para responsabilidade da Casa Civil em março deste ano.