A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investiga o Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST) aprovou nesta terça-feira (1/8) a convocação do ministro Rui Costa (PT), chefe da Casa Civil do governo Lula. O requerimento foi aprovado por 14 votos a 10, e obriga o comparecimento do petista sob pena de crime de responsabilidade.
Ricardo Salles (PL-SP), relator do colegiado e ex-ministro do Meio Ambiente do governo Bolsonaro, explicou que o ministro deve esclarecer a ação da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), que foi transferida para o escopo da Casa Civil após os atos de 8 de janeiro.
O deputado federal “Na mesma lógica em que foi convocado o ex-ministro Gonçalves Dias, porque era o chefe imediato da Abin de janeiro a março, a mesma lógica se aplica ao ministro Rui Costa que desde a referida data em diante passa a ser o chefe da Abin”, disse Salles.
Já o vice-presidente da CPI, Kim Kataguiri (União Brasil-SP), destacou que a convocação é importante pois o MST teria usado as invasões como chantagem para nomear indicados no governo. “É pela Casa Civil que todas as nomeações políticas passam e o que nós temos são indícios de crimes com invasores de terra invadindo a Embrapa, para negociar cargos no governo”, afirmou.
A deputada Gleisi Hoffmann (PT-PR), presidente nacional do Partido dos Trabalhadores, o requerimento é um absurdo. Os governistas ainda devem recorrer ao Judiciário para impedir o comparecimento de Rui Costa, que ainda não tem data marcada. “Isso aqui virou a CPI do fim do mundo. Não tem lógica a Casa Civil vir falar sobre nomeações do governo. Essa convocação restará frustrada perante o Judiciário”, ressaltou.