O ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal (STF), anulou, nesta terça-feira (1/8), o uso de provas da Odebrecht contra o ex-governador do Rio de Janeiro Sérgio Cabral. O magistrado considerou nulas as informações colhidas nos sistemas Drousys e My Web Day B, no âmbito do acordo de leniência — ação penal que tramita na 13ª Vara Federal de Curitiba (PR).
Toffoli apontou que o mesmo entendimento foi aplicado para anular provas contra o ex-governador do RJ Anthony Garotinho e o vice-presidente, Geraldo Alckmin e lembrou da decisão do ministro aposentado Ricardo Lewandowski, que acatou argumento de que a acusação era baseada apenas no acordo de leniência da Odebrecht.
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Na decisão de Lewandowski, foram apontadas as inconsistências sobre os sistemas usados para embasar as denúncias contra o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e outros envolvidos na Operação Lava-Jato. O primeiro é o fato de que documentos que incriminavam o petista tinham data posterior à data de apreensão na Suíça. A segunda é que o material que serviu de base de acusação em 2018 era transportado em sacolas de supermercado, sem a menor adequação de segurança.
Último preso da Lava-Jato
Sergio Cabral preso em 2016, pela Operação Calicute, desdobramento da Lava-Jato. De todos os processos pelo qual foi denunciado, ele recebeu condenação em 23 deles, com penas que ultrapassam 430 anos de prisão. No entanto, nenhuma dessas ações pelas quais o ex-governador foi condenado, transitou em julgado, ou seja, passou por todas as instâncias da Justiça e chegou a ter uma decisão definitiva.
Dem dezembro, uma decisão da 2º Turma do STF deu direito a Cabral para responder em liberdade. Por três votos a dois, os integrantes do tribunal argumentaram o excesso de prazo e falta de fundamentação para manutenção da prisão, que ainda estava em caráter preventivo. Ele era o único político de peso ainda ainda encarcerado por conta da força-tarefa.