Leão considerou adiar a leitura de seu parecer por conta da operação da Polícia Federal que mira Zambelli, argumentando que ela não teria condições de apresentar sua defesa. A ideia foi defendida pela oposição, mas criticada pela base governista, que destacou que Zambelli estava dando uma coletiva de imprensa no Salão Verde.
"Não gostaria de estar lendo esse parecer em função da ausência da deputada Carla Zambelli. Porém, tomei conhecimento de que ela estava nesta Casa. Portanto, se ela estava nesta Casa, ela poderia estar aqui", declarou ao iniciar a leitura.
A deputada chegou ao plenário logo antes da leitura do voto do relator, e fez sua defesa.
Arquivamento rechaçado
Segundo o PSB, Zambelli mandou Duarte Jr. "tomar no…" durante sessão em abril com a presença do ministro da Justiça, Flávio Dino. A parlamentar não negou o xingamento, mas disse que ele não foi direcionado a Duarte. Ela explicou ainda que o deputado e outros dois homens a ofenderam, a chamando de "espanhola" e "pistoleira".
"Eu disse: 'Agora só falta ele me mandar tomar naquele lugar'. Não houve quebra de decoro contra o deputado. Nós, mulheres, às vezes a gente fica ali sozinha. Eram três homens falando de mim", alegou.
Após a defesa, João Leão sugeriu um acordo para arquivamento da representação com um pedido formal de desculpas de Zambelli, com o qual ela concordou. A possibilidade foi rechaçada, porém, por Duarte Jr.
"Ninguém ofendeu a deputada, pelo contrário. Estávamos debatendo na Comissão de Segurança Pública. Temos muito mais do que provas testemunhais. Temos filmagens. Temos a taquigrafia. A ofensa é muito mais do que para um parlamentar, para mim. A ofensa é para o Parlamento", afirmou Duarte.