A deputada Sâmia Bomfim (Psol-SP) afirmou, nesta quinta-feira (3/8), que irá denunciar à Procuradoria-Geral da República (PGR) o episódio de gordofobia sofrido por ela durante sessão da CPI do MST. Na ocasião, o presidente do colegiado, Coronel Zucco (Republicanos-RS), perguntou se a parlamentar queria “um hambúrguer” para se acalmar.
“A senhora pode, também, daqui a pouco, tomar qualquer atitude, ficar mais calma. A senhora está nervosa, deputada? Quer um remédio? Ou quer um hambúrguer?”, perguntou Zucco. A fala foi proferida enquanto Sâmia fazia uso da palavra, com o microfone desligado e fora do momento permitido para se manifestar.
Ao ouvir as palavras do presidente da CPI, a deputada rebateu e disse que Zucco é alvo da PGR em um inquérito que apura as agressões dele contra as parlamentares mulheres que integram a comissão e afirmou que vai recorrer à Procuradoria sempre que for necessário, porque “é o nosso instrumento de defesa, mas também de ataque para aqueles que acham que vamos nos intimidar”, argumentou.
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"As notícias que estampam os jornais de hoje sobre essa CPI são sobre o show de misoginia que aconteceu desde o início, não é sobre outra coisa. E não poderia ser diferente porque o povo brasileiro não concorda com isso, sobretudo as mulheres brasileiras", disse Sâmia na sessão, após a fala de Zucco.
Em nota divulgada à imprensa, Zucco disse que agiu por impulso. "Logo em seguida, me retratei e pedi a retirada da expressão das notas taquigráficas por entender que o respeito deve imperar em qualquer relação. Mas este mesmo respeito deve ser recíproco e universal", afirmou.
Veja a nota completa divulgada por ele:
"Desde o início dos trabalhos desta CPI tenho sido alvo de ataques e ofensas de baixo nível por parte da base governista. Uma parlamentar em especial tem se notabilizado nessa estratégia: Sâmia Bomfim. Suas colegas de partido Talíria Petrone e Fernanda Melchiona também desempenham papel de destaque neste esforço de interromper os trabalhos, de fazer provocações baixas e desrespeitosas com seus colegas para, no final, posarem de vítimas das apenas pelo fato de serem mulheres.
Foram várias as oportunidades em que estas parlamentares fizeram ataques pessoais a mim, enquanto presidente, ao relator e aos membros do colegiado. E, frequentemente, fazem isso com os microfones desligados, mas alto o suficiente para ser testemunhado por todos os presentes e, em especial, pelo alvo de suas provocações. Mas para tudo há um limite. Usar a condição de saúde do meu irmão para me atingir é uma provocação baixa e sem escrúpulos. Reagi por impulso. Logo em seguida, me retratei e pedi a retirada da expressão das notas taquigráficas por entender que o respeito deve imperar em qualquer relação. Mas este mesmo respeito deve ser recíproco e universal.
Deputado Federal Zucco (Republicanos-RS) - Presidente da CPI do MST"