Dez deputados federais entraram com uma representação no Ministério Público Federal nesta sexta-feira (4/8) contra o deputado federal Ricardo Salles (PL-SP) por suas falas durante a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do MST, nessa terça-feira (1/8).
"Entramos com representação no MPF para que sejam tomadas medidas cabíveis contra esse crime de apologia à pior fase desse país. É por famílias que nunca mais viram seus parentes, pelos torturados, perseguidos e assassinados. Não vamos nos calar diante desse absurdo. A tentativa de golpe do dia 8 de janeiro mostra bem que eles ainda querem impor a sua força e dar mais um golpe de estado", afirmou o deputado Padre João (PT-MG).
O depoente não quis responder e chegou a afirmar que a pergunta não fazia parte do "objeto da comissão". O político paulista classificou a ruptura democrática de "importante medida" e afirmou estranhar o militar "não dizer que 64 foi uma boa medida".
Após o questionamento, no qual o bolsonarista chamou erroneamente o golpe de "revolução", parlamentares governistas se manifestaram contrários à fala, afirmando que ela faz apologia à ditadura militar.
"Não se pode admitir como possível, que um Deputado Federal,(...) possa vir a público, numa sessão de Comissão Parlamentar de Inquérito, promover (apologia) a defesa, direta ou subliminar, de um regime de exceção que, num passado recente vitimou centenas de vidas e mutilou a ideia de democracia que conduz as nações prósperas e que se orientam no respeito da dignidade da pessoa humana", apontou o documento.
Além de Padre João, assinam o texto os deputados Sâmia Bomfim (PSOL-SP), Talíria Petrone (PSOL-RJ), Professora Luciene Cavalcante (PSOL-SP), Nilto Tatto (PT-SP), Valmir Assunção (PT-BA), João Daniel (PT-SE), Paulão (PT-AL), Marcon (PT-RS) e Daiana Santos (PCdoB-RS).