O ex-ministro da Justiça do governo Bolsonaro e ex-secretário de Segurança Pública do Distrito Federal, Anderson Torres, disse que não recebeu nenhum informe sobre a possibilidade de atos de vandalismo na sede dos Três Poderes, em Brasília. À Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI), que investiga os atos golpistas do 8 de janeiro, Torres afirmou, nesta terça-feira (8/8), que até a noite do dia 6 de janeiro, momento em que viajaria de férias para os Estados Unidos com a sua família, não recebeu nenhuma informação oficial.
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CPMI: Moraes autoriza Anderson Torres ficar em silêncio em depoimentoPF notifica Anderson Torres a devolver R$ 120 mil em salárioCPMI do 8/1: Torres confirma presença; defesa quer 'expor verdades'Assessor de Duda Salabert entra na mira de CPI das ONGs no SenadoFeliciano discute com Soraya Thronicke e tumultua CPMIBolsonaro tinha pronto discurso de derrota nas eleições e não leuAinda segundo Torres, a viagem para os Estados Unidos foi programada com antecedência e comunicada ao governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB).
"As passagens foram compradas no dia 21 de novembro. Se tivesse recebido qualquer alerta ou informe de inteligência indicando risco iminente de violência e vandalismo, eu não teria viajado", declarou.
"No dia 8 de janeiro, acompanhei à distância os tumultos em Brasília. Fiquei muito preocupado quando vi os atos de vandalismo sendo praticados e o protocolo não sendo cumprido. Cheguei a passar mensagem no WhatsApp para o Secretário em exercício, apelando para que impedisse que os manifestantes se aproximassem do Supremo, uma vez que o Planalto e o Congresso já estavam invadidos, mas ele não conseguiu impedir", declarou.
Questionado pela relatora sobre o celular que ele "deixou" nos Estados Unidos, o qual ele alega que perdeu, Torres afirmou que a perda do aparelho não impactou o curso das investigações. O ex-ministro ressaltou que entregou as senhas dos e-mails e dos arquivos na nuvem.