Os movimentos Tarifa Zero BH, Nossa BH e Minha BH lançaram nessa terça-feira (8/8), em Belo Horizonte, a minuta de um projeto de lei denominado “Busão 0800”, que torna o transporte público de ônibus gratuito na capital mineira. O evento, realizado na Escola de Arquitetura da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), na Região Centro-Sul, foi acompanhado por parlamentares e representantes de movimentos e entidades.
“Temos a expectativa de fazer uma coalizão ampla pelo nosso PL e mobilizar os diferentes setores. Queremos conversar com a CDL, Fiemg e com todo o setor privado para mostrar que uma cidade com tarifa zero é uma cidade que gera mais riqueza, tanto financeira como da pluralidade, do acesso aos espaços de lazer e cultura. Então, a gente entende que pode transformar a vida da cidade a partir deste projeto”, explicou Letícia Birchal Domingues, integrante do Tarifa Zero BH.
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Câmara derruba veto da PBH a projeto sobre linguagem neutraDeputada quer a impugnação do edital de privatização do Zoológico de BHFuad Noman anuncia mudança na Secretaria Municipal de Governo de BHJustiça arquiva processo de Gabriel Azevedo contra Fuad Noman'Padre' bolsonarista não foi ordenado pela igreja, alerta diocese de SC“As cidades com tarifa zero registram aumento de três a quatro vezes no uso do transporte público, redução do número de automóveis nas ruas, aumento do poder de compra das famílias – com impacto direto no comércio local. São informações que ouvimos de gestores públicos em encontros no ano passado e neste ano”, ponderou Roberto Andrés, urbanista e professor da UFMG.
A cobrança às empresas está estipulada em R$ 172,15 por mês, para cada funcionário empregado. Dividido por dia, o valor seria de R$ 5,74, abaixo da tarifa mínima atual, que está em R$ 9 – somando ida e volta. Conforme o levantamento apresentado ontem, 51.755 micro e pequenas empresas de Belo Horizonte ficariam isentas de pagar qualquer valor. Já as demais 13.411, arcariam com o valor – dentro do limite previsto por funcionário.
“A tarifa zero é uma proposta muito séria porque é uma proposta de justiça social, de benefício para a população. Então eu, também enquanto metroviária, tenho muito orgulho de estar na mesma cidade que movimentos que têm tanta coerência e tanta responsabilidade social para apresentar um projeto deste, que conseguiu chegar em uma formulação que é boa para todo mundo”, ponderou a Iza Lourença (PSOL), vereadora de Belo Horizonte.
O presidente da Câmara Municipal, Gabriel Azevedo (sem partido), destacou que o debate também precisa ser levado para a Região Metropolitana, por meio de uma “integração tarifária”. Quanto à tramitação do projeto no Legislativo, o parlamentar pediu para que os números sejam certificados e o texto arredondado o “máximo possível”, já que na Câmara não é possível adicionar assinaturas depois que um projeto é protocolado. “Às vezes a gente perde um tempinho agora, mas ganha muito depois com mais gente adotando o projeto”, explicou.
"Pioneira e campeã"
Além de ter a primeira cidade a adotar a tarifa zero no Brasil, Monte Carmelo, no Triângulo, Minas também registra o maior número de municípios com o modelo gratuito. O objetivo, agora, é que Belo Horizonte se torne a primeira capital do país. “O superintendente da Sumob, André Dantas, nos convidou para apresentar o PL no Conselho de Mobilidade Urbana. A gente conta muito com a Câmara, conta muito com a prefeitura, conta muito com todas as forças da sociedade para conseguir avançar nisso. Só vai ser possível se a gente dialogar com todos os lados e construir isso juntos”, revelou Andrés.