O deputado federal André Janones (Avante-MG) ironizou o ex-diretor da Polícia Rodoviária Federal Silvinei Vasques, preso na manhã desta quarta-feira (9/8) em operação da Polícia Federal por suposta interferência eleitoral. O parlamentar disse que, em julho, foi alvo de “uma enxurrada de ações de danos morais” de Silvinei porque o chamou de “bandido” pelos bloqueios em estradas do Nordeste no 2º turno das eleições.
Vasques é investigado para esclarecer se foi responsável por planejar e executar um plano de bloqueio de estradas do Nordeste em 30 de outubro de 2022, dia do segundo turno das eleições. Os locais bloqueados por agentes da PRF tinham registrado alto índice de eleitores de Lula (PT).
“Silvinei Vasques, ex diretor da PRF, acaba de ser preso. Mês passado ele entrou com uma enxurrada de ações de danos morais contra mim, por eu tê-lo chamado de bandido devido aos crimes que ele cometeu no dia das eleições. Ele foi preso por estes crimes “, escreveu o parlamentar.
Silvinei Vasques, ex diretor da PRF, acaba de ser preso. Mês passado ele entrou com uma enxurrada de ações de danos morais contra mim, por eu tê-lo chamado de bandido devido aos crimes que ele cometeu no dia das eleições. Ele foi preso por estes crimes %uD83E%uDD21
%u2014 André Janones (@AndreJanonesAdv) August 9, 2023
Silvinei foi o único preso na operação
A prisão de Silvinei faz parte da operação Constituição Cidadã, que cumpre 10 mandados de busca e apreensão emitidos pelo Supremo Tribunal Federal (STF) no âmbito da investigação sobre uma suposta interferência da PRF durante o segundo turno das eleições.
Apenas um mandado de prisão preventiva foi emitido pelo STF, o de Silvinei. Além da prisão do ex-PRF, dois mandados de busca e apreensão foram cumpridos em Santa Catarina, além de outros sete em Rio Grande do Sul (2 mandados), Distrito Federal (5) e Rio Grande do Norte (1), com outros alvos.
Em nota, a PF afirma que a operação busca esclarecer o uso de máquina pública para fins eleitorais. "De acordo com as investigações, integrantes da Polícia Rodoviária Federal teriam direcionado recursos humanos e materiais com o intuito de dificultar o trânsito de eleitores no dia 30/10/2022"", diz a instituição.
A corporação também afirma que "os crimes apurados teriam sido planejados desde o início de outubro daquele ano, sendo que, no dia do segundo turno, foi realizado patrulhamento ostensivo e direcionado à região Nordeste do país".
A Corregedoria da PRF trabalha em conjunto com a PF e determinará a oitiva de 47 policiais rodoviários federais. "Os fatos investigados configuram, em tese, os crimes de prevaricação e violência política, previstos no Código Penal Brasileiro", pontua a nota da PF.