Ao decretar a prisão preventiva do ex-diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal (PRF) Silvinei Vasques, nesta quarta-feira (9/8), o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), classificou a conduta do agente ao tentar interferir no segundo turno das eleições de 2022 como “ilícita e gravíssima”.
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Zema despenca em ranking digital após fala sobre o NordesteLuís Roberto Barroso é eleito presidente do Supremo Tribunal FederalBia Kicis não reconhece deputada e pede que polícia a retire de comissão“As condutas imputadas a Silvinei Vasques são gravíssimas e as provas apresentadas, bem como as novas diligências indicadas pela Polícia Federal como imprescindíveis para a completa apuração das condutas ilícitas investigadas, comprovam a necessidade da custódia preventiva para a conveniência da instrução criminal", descreve a decisão do ministro.
A PF argumenta que a prisão preventiva é essencial para que a produção de provas ocorra de forma “clara, precisa e eficaz, sem qualquer interferência”. A operação, intitulada de “Constituição cidadã”, cumpriu 10 mandados de busca e apreensão, com o acesso ao conteúdo armazenado em computadores e outros dispositivos eletrônicos.
As diligências também encontraram conversas sobre uma reunião da cúpula da PRF, quando Vasques teria determinado um “policiamento direcionado” no dia do segundo turno. Na mesma época o agente havia compartilhado imagens fazendo campanha para o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), mas apagou as publicações. Moraes também determinou a oitiva do ex-chefe da PRF.
Em depoimento à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) dos atos golpistas, Vasques negou que a PRF tenha atuado para interferir nas eleições presidenciais e classificou as acusações como a “maior injustiça da história da Polícia Rodoviária Federal”. O colegiado deve analisar um novo pedido de convocação para que ele seja ouvido sobre as novas provas.