Jornal Estado de Minas

APÓS OPERAÇÃO DA PF

'Venda de joias é um caminho clássico de corrupção', diz Flávio Dino

O Ministro da Justiça e Segurança Pública Flávio Dino foi até o Twitter, na manhã desta sexta-feira (11) comentar sobre a operação da Polícia Federal que tem como alvo o general da reserva Mauro Cézar Cid, pai do tenente-coronel e ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL), Mauro Cid. Eles são investigados por venda de joias adquiridas pelo antigo governo por meio de presentes de outros países.




 
 

Para o Ministro, a venda dos itens de alto valor é um clássico alto de “lavagem de dinheiro e corrupção”. “Há muitos estudos que mostram que a compra e venda de joias é um caminho clássico de corrupção e lavagem de dinheiro. Muitos veem como um crime “seguro”, que ficará escondido para sempre. Por isso, é essencial sempre investigar o assunto, quando há indícios de ilegalidades”, disse Dino na postagem.

A publicação foi vista como uma provocação de Dino para a oposição. Na operação, a Polícia Federal descobriu que o valor conseguido pelos suspeitos foi convertido em dinheiro vivo e ingressou no patrimônio pessoal do grupo. 
 
 

Os valores entraram nas contas bancárias por meio de pessoas interpostas e sem utilizar o sistema bancário formal, com o objetivo de ocultar a origem, localização e propriedade dos valores. Os fatos configuram crime de peculato e lavagem de dinheiro. 




Pacotes de joias para Bolsonaro

Vários pacotes de joias foram dados ao ex-presidente Jair Bolsonaro. Em outubro de 2021, a comitiva do governo Bolsonaro tentou trazer ilegalmente presentes dados por sauditas. Na ocasião, os bens não foram declarados pela comitiva liderada pelo então ministro de Minas e Energia Bento Albuquerque e a caixa de presentes, estimada em R$ 1 milhão, passou pela alfândega. 
 

Já o segundo pacote de joias foi retido pela Receita Federal. No dia 26 de outubro daquele ano, durante fiscalização de passageiros que desembarcavam em Guarulhos (SP), vindos da Arábia Saudita, agentes da alfândega encontraram na bagagem de Marcos André dos Santos Soeiro, assessor de Bento Albuquerque, uma escultura de um cavalo com cerca de 30 centímetros, dourada, com as patas quebradas. Dentro da peça estavam os estojos com as joias e o certificado de autenticidade da empresa suíça Chopard.

Este segundo conjunto foi estimado em cerca de R$ 16,5 milhões e seriam, supostamente, presentes para a então primeira-dama Michelle Bolsonaro. Após a repercussão do caso, Michelle negou ter conhecimento das joias.