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Estado de Minas SUSPEITOS

Pai de Mauro Cid fez envio suspeito de valores aos EUA, aponta Coaf

Os recursos foram enviados para uma conta própria nos Estados Unidos em quatro transferências de US$ 3.000 (mais de R$ 15 mil, com variações a depender da data)


11/08/2023 11:52 - atualizado 11/08/2023 12:17
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Imagem de Mauro Cid, ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro
O próprio Mauro Cid também enviou, em 12 de janeiro, outros R$ 367 mil para a a conta dele nos Estados Unidos (foto: EVARISTO SÁ/AFP)


O Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras) identificou o envio suspeito de valores para o exterior, de forma fracionada, pelo general da reserva do Exército Mauro Lourena Cid, pai de Mauro Cid, que foi ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

Os recursos foram enviados para uma conta própria nos Estados Unidos em quatro transferências de US$ 3.000 (mais de R$ 15 mil, com variações a depender da data) durante os dias 10, 11, 16 e 18 de janeiro de 2023. Elas totalizaram R$ 62.683.

Transações fracionadas causam suspeitas porque às vezes têm como intenção não chamar atenção da fiscalização.

"Considerando o envio atípico de valores para o exterior, para mesma titularidade, porém sem conhecimento do real destino dos recursos, e demais atipicidades apontadas, propomos a comunicação", disse o Coaf, em seu relatório.

"Considerando a movimentação elevada, o que poderia indicar tentativa de burla fiscal e/ou ocultação de patrimônio, e demais atipicidades apontadas, comunicamos pela possibilidade de constituir-se em indícios do crime de lavagem de dinheiro, ou com ele relacionar-se", disse o Coaf.

Nesta sexta (11), a Polícia Federal cumpriu mandados de busca e apreensão que miram o entorno de Bolsonaro no caso das joias enviadas ao ex-presidente por autoridades sauditas.

Entre os alvos estão Mauro Cid e seu pai. As buscas da PF ainda incluem Frederick Wassef, advogado de Bolsonaro, e Osmar Crivelatti, tenente do Exército e que também atuou na ajuda de ordens da Presidência.

O nome da operação da PF desta sexta é uma alusão ao versículo 12:2 da Bíblia, que diz: "Não há nada escondido que não venha a ser descoberto, ou oculto que não venha a ser conhecido".

Em nota, a PF afirmou que a ação tem o "objetivo de esclarecer a atuação de associação criminosa constituída para a prática dos crimes de peculato e lavagem de dinheiro".
As ações ocorrem dentro do inquérito policial das milícias digitais, em tramitação no STF (Supremo Tribunal Federal) sob a relatoria do ministro Alexandre de Moraes.

Os investigados são suspeitos de utilizar a estrutura do governo brasileiro para "desviar bens de alto valor patrimonial, entregues por autoridades estrangeiras em missões oficiais a representantes do Estado brasileiro, por meio da venda desses itens no exterior", afirmou a polícia.

De acordo com a apuração, os valores obtidos dessas vendas foram convertidos em dinheiro e ingressaram no patrimônio pessoal dos investigados, sem utilização do sistema bancário formal, com o objetivo de ocultar a origem, localização e propriedade dos valores.

Procurado, o advogado de Mauro Cid, Bernardo Fenelon, disse em nota que ainda não teve acesso aos autos da investigação que ocasionou as buscas e apreensões. "Por esse motivo não temos como fazer qualquer comentário", afirmou.


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