As investigações da Polícia Federal sobre a venda de presentes recebidos pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) apontam que o advogado dele, Fabio Wajngarten, orientou a compra de um relógio Rolex de alto valor. O objeto, recebido por Bolsonaro em uma viagem à Arábia Saudita, foi vendido nos Estados Unidos, para onde o ex-chefe do Executivo foi no fim do ano passado.
O Rolex faz parte de um conjunto de joias e objetos preciosos recebidos por Bolsonaro. De acordo com fontes ligadas à investigação, Wajngarten deu a orientação após o Tribunal de Contas da União (TCU) determinar o acautelamento do relógio por parte de Bolsonaro.
Em conversa com o tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, teria demonstrado preocupação na eventual possibilidade de que o TCU determinasse a entrega do relógio, que já estava vendido.
Mauro Cid está preso, acusado de envolvimento em um esquema de falsificação dos cartões de vacinas que envolvem a família Bolsonaro. No entanto, a PF cumpre, nesta sexta-feira (11/8), mandados de busca em residências ligadas ao general do Exército Mauro César Lourena Cid, pai de Mauro Cid.
Os mandados são cumpridos na Vila Militar, em Brasília. A compra do relógio, para posterior entrega ao TCU, ficou a cargo de Frederick Wassef, ex-advogado de Bolsonaro.
Wassef também é alvo de um mandado de busca e apreensão cumprido em São Paulo pela PF no âmbito da operação Lucas 12:2. Os valores da venda teriam sido incorporados ao patrimônio dos investigados. Procurado pela reportagem, Fabio Wajngarten afirmou que "desconhece por completo o tema".