A Polícia Federal (PF) vai intimar Michelle Bolsonaro para depor no caso da venda ilegal de joias que deveriam ser incorporadas no acervo da União, segundo revelou o blog da jornalista Andréia Sadi, para o G1. Nesta sexta-feira (11/8), uma operação da PF revelou que um ex-ajudante de ordens de Bolsonaro (PL) cita a ex-primeira-dama em um áudio sobre o esquema criminoso.
Segundo a corporação, o material prova que possivelmente outros presentes também foram desviados e vendidos. “O que já foi, já foi. Mas se esse aqui tiver ainda, a gente está certinho pra não dar problema. Porque já sumiu um que foi com a dona Michelle; então pra não ter problema”, disse Marcelo Câmara ao tenente-coronel Mauro Cid.
A PF também teria encontrado um dos kits de joias recebidos por Bolsonaro do governo da Arábia Saudita em um site de leilões on-line. O valor da venda ilegal das joias pode ter ultrapassado R$ 1 milhão.
Nesta sexta, a PF cumpriu mandados de busca e apreensão em endereços do general da reserva do Exército Mauro Lourena Cid, pai de Mauro Cid; do advogado de Bolsonaro, Frederick Wassef; e do tenente do Exército, Osmar Crivelatti. Os envolvidos são suspeitos de usarem a estrutura do governo para vender itens de alto valor da presidência da República. Posteriormente, eles teriam recomprado os itens.
Os valores entraram nas contas bancárias por meio de pessoas interpostas e sem utilizar o sistema bancário formal, com o objetivo de ocultar a origem, localização e propriedade dos valores. Os fatos configuram crime de peculato e lavagem de dinheiro.
As investigações apontaram que o valor conseguido pelos suspeitos foi convertido em dinheiro vivo e ingressou no patrimônio pessoal do grupo.