A Polícia Federal (PF) pediu na noite desta sexta-feira (11/8) a quebra do sigilo fiscal e bancário do ex-presidente Jair Bolsonaro. A decisão ocorre após uma operação de busca e apreensão no endereço do ex-ajudante de ordens do político, o tenente-coronel Mauro Cid, e na casa do general da reserva Mauro Lourena Cid, pai de Mauro Cid.
A PF vem investigando a possibilidade de lavagem de dinheiro e peculato na negociação ilegal de joias e acessórios realizado por militares e assessores de Bolsonaro. Estima-se que o dinheiro proveniente das transferências estejam em cerca de R$ 1 milhão. As negociações são consideradas ilegítimas pois os itens entregues ao ex-presidente durante seu mandato deveriam fazer parte do patrimônio da União e não da pessoa que ocupava o cargo presidencial, segundo a legislação.
Algumas jóias, que foram vendidas nos Estados Unidos, acabaram sendo recompradas pelo advogado Frederic Wasseff, que já defendeu a família Bolsonaro e que também foi alvo da operação desta sexta, quando o Tribunal de Contas da União (TCU) pediu que os presentes da Arábia Saudita e do Bahrein fossem devolvidos ao Estado brasileiro.
Com o pedido de quebra de sigilo, a Polícia busca saber se o dinheiro das vendas ou da recompra partiu da conta de Bolsonaro.
Na manhã de hoje, quatro mandados foram cumpridos em Brasília, São Paulo e Niterói. Além dos já citados, o outro ex-ajudante de ordens do ex-presidente, Osmar Crivelatti também foi alvo de busca e apreensão.