Bolsonarista, Fakhoury foi atacado por Randolfe porque, segundo ele, o empresário era antivacina e endossava conteúdos de desinformação em relação à covid-19.
"Senhor Fakhoury, estou lhe chamando de criminoso, porque o senhor é criminoso. E do pior tipo. Então, essa turma de criminosos eles... Entre eles, reinam a hipocrisia. Reina a hipocrisia, porque o que eles faziam? Eles faziam propaganda antivacina, eles pediam pras pessoas não se vacinar, eles pediam... Eles espalhavam fake news", afirmou o parlamentar, na época.
"Qual era a vacina que eles queriam? As que poderiam... Podiam dar dinheiro pra eles. Eram essa as vacinas que eles estavam... Que eles estavam atrás, que eles estavam procurando viabilizar," continuou o senador.
Quem é Fakhoury
O empresário Otavio Fakhoury é presidente do PTB, em São Paulo, e já foi gestor do banco Lehman Brothers, nos EUA. Em 2021, ele era suspeito de financiar a divulgação de desinformações sobre a pandemia.
Antes de ocupar a presidência do diretório do partido, Fakhoury foi tesoureiro do PSL, também em São Paulo, presidido na época pelo deputado federal Eduardo Bolsonaro.
O nome de Fakhoury também aparece no inquérito da Polícia Federal (PF), que investiga os responsáveis por atos antidemocráticos realizados em 2020.
Dano moral
Segundo a decisão do TJ, os desembargadores entenderam que houve dano moral na declaração de Randolfe Rodrigues. O tribunal também acrescentou que a fala não está protegida pela imunidade parlamentar.
"Restou incontroverso que o autor não consta no relatório da comissão parlamentar de inquérito, como acusado de ter recebido propina referente a vacina. Desse modo, tem-se pela violação à imagem e honra do autor, que caracteriza abuso de direito à liberdade de manifestação do pensamento," afirmou a desembargadora Maria Salete Corrêa Dias, relatora do recurso.
O Correio tenta contato com o senador Randolfe Rodrigues para repercutir a decisão do TJ São Paulo.
*Com informações da Agência Estado