Único governador das regiões Sul e Sudeste a ter apoiado a candidatura de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) à presidência nas últimas eleições, Renato Casagrande (PSB) comentou sobre as recentes declarações de Romeu Zema (Novo) e se opôs ao posicionamento do colega mineiro acerca do Norte e Nordeste do Brasil.
Em entrevista ao "Correio Braziliense" publicada neste domingo (13/8), o capixaba falou sobre sua perspectiva em relação à representação regional no cenário político nacional.
Em entrevista ao "Correio Braziliense" publicada neste domingo (13/8), o capixaba falou sobre sua perspectiva em relação à representação regional no cenário político nacional.
No fim de semana passado, tratando sobre a articulação do grupo em temas nacionais, uma entrevista de Zema ao jornal "O Estado de S. Paulo" gerou grande repercussão por falas em que o mineiro se referia aos estados do Norte e Nordeste como “vacas menos produtivas” e pleiteou uma maior participação de sulistas e sudestinos na distribuição da verba federal.
O capixaba comentou as falas de Zema e se dissociou da polêmica causada pelo mineiro. Segundo o governador do Espírito Santo, o Cosud não deve se contrapor a benefícios recebidos por outras regiões e não foi criado com o objetivo de disputar recursos com outras unidades federativas ou consórcios pelo país.
“Naturalmente, não representa o meu pensamento e, acredito, nem o do consórcio. O espírito é organizar um instrumento para integrar políticas públicas entre os estados do Sul e do Sudeste e ser um instrumento de diálogo com as demais regiões do país, para ajudar o Brasil a se desenvolver. O consórcio não está aqui para disputar nada com nenhum outro consórcio, com nenhuma região. Estamos nos organizando, seja em consórcios, seja no Fórum dos Governadores, para dar aos estados protagonismo para incluir cada vez mais brasileiros em uma vida de boa qualidade. Esse é o espírito, e não fazer frente a nenhuma outra região do Brasil, disse Casagrande.
Questionado sobre as similaridades entre Minas Gerais e o Espírito Santo em pontos como ter parte de seus territórios integrando a área de atuação da Superintendência de Desenvolvimento do Nordeste (Sudene), o governador capixaba disse que espera que as declarações de Zema tenham sido um ‘ato falho’.
Ele também comentou o possível interesse eleitoral do governador mineiro com as falas. Zema é, junto do governador paulista Tarcísio de Freitas (Republicanos), um dos pretensos herdeiros do eleitorado do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), inelegível para o próximo pleito federal.
Ele também comentou o possível interesse eleitoral do governador mineiro com as falas. Zema é, junto do governador paulista Tarcísio de Freitas (Republicanos), um dos pretensos herdeiros do eleitorado do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), inelegível para o próximo pleito federal.
“Essa é uma pergunta que precisa ser feita a ele (Zema), mas nenhum outro governador do Sul-Sudeste manifestou apoio. Temos a esperança de que tenha sido um ato falho, de que não represente o que pensa o governador Zema [...] É difícil fazer essa avaliação. O Consórcio Sul-Sudeste não tem objetivo eleitoral. Se alguém acha que pode ir por esse caminho, se alguém tem interesse em usar o consórcio para qualquer projeto eleitoral, o consórcio estará fadado ao fracasso”, aponta.