A posse da nova diretoria do Republicanos em Minas Gerais, realizada nesta segunda-feira (14/8), em Belo Horizonte, contou com a presença de políticos dos mais diferentes campos ideológicos. O novo presidente mineiro da sigla, o deputado federal Euclydes Pettersen, elogiou o governo de Romeu Zema (Novo) e garantiu, assim como o presidente nacional da sigla, o deputado federal paulista Marcos Pereira, que o Republicanos não vai integrar a base do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), apesar de o deputado federal Silvio Costa Filho (Republicanos-PE) ser cotado para a pasta de Esportes, ocupada pela ex-atleta Ana Moser.
"Zema é 10. Governo do Zema é um governo impecável. Estava rodando outros estados e todo mundo elogia", afirmou Euclydes, fazendo um trocadilho com o número "10" usado pelo partido na urna. O governador, que estava presente no evento, foi convidado pelo senador Cleitinho Azevedo e pelo presidente nacional e deputado federal Marcos Pereira (Republicanos-SP) a se filiar à sigla. Marcos chegou a afirmar: "já temos uma ficha (de filiação) pronta".
Zema, que não mencionou nada sobre o possível convite de filiação, afirmou que a promessa do Novo durante a sua primeira disputa eleitoral, em 2018, de que não iria fazer alianças, não faz mais parte da política do partido.
"Me filiei a um partido que dizia que não se aliaria, não faria alianças e hoje posso afirmar que a situação é totalmente diferente. Nós somos um partido que caminha com os outros, porque na política se você não caminha junto, você não vai a lugar nenhum", comentou.
Nos últimos dias, o governo do presidente Lula vem dando sinais de que está negociando um ministério com o Republicanos. A possibilidade de isso acontecer deixou muitos partidários contrariados com uma virtual aliança com o governo federal.
"Silvio Costa Filho teve essa aproximação, o pai dele foi líder de governo quando o Lula e a Dilma foram presidentes, ele tem essa aproximação e está sendo assediado. O presidente nacional já deu todas as garantias que nós não vamos compor. Caso algum (partidário) queira assumir esse cargo, teria que se retirar do partido", alegou Euclydes.
Posição que foi endossada por Marcos Pereira ao apontar que nunca esteve pessoalmente com o presidente Lula e não negociou nenhum ministério, mas que existe o desejo de que um parlamentar ocupe um cargo no primeiro escalão. Porém, a situação está sendo avaliada.
"Republicanos não fará parte do governo do presidente Lula. Nós não temos condição de fazer parte do governo, se eventualmente algum filiado quiser ocupar um ministério terá que ser na cota pessoal do presidente", reforçou.
Cleitinho Azevedo afirmou que não irá apoiar o governo petista pois "as pautas de liberdade econômica e conservadorismo não são partilhadas pela gestão federal", mas irá se reunir com os ministros e com o presidente para pedir coisas para Minas Gerais..
"Eles que saiam e se explodam", afirmou o senador sobre a hipótese de integrantes do partido fazerem alianças com o governo federal.
Apesar das constantes negativas de que a sigla vá fazer o movimento de engrossar o governo no Congresso, o deputado federal Reginaldo Lopes (PT-MG), também presente no evento, alegou que "quem ajuda nos projetos de governabilidade deve ter espaço na esplanada dos Ministérios".
O Republicanos votou com o governo federal na PEC da Transição e na Reforma Tributária.
Também estiveram no evento o secretário de Governo de Minas Gerais, Gustavo Valadares (PMN), e o secretário da Casa Civil, Marcelo Aro (PP); os deputados estaduais Tadeu Martins (MDB), Chiara Biondini (PP), Bruno Engler (PL) e o recém filiado ao Republicanos, Enes Cândido.