Principal liderança nacional do Movimento dos Trabalhadores sem Terra (MST), João Pedro Stedile depõe neste momento na CPI que investiga invasões de terra e chegou à Câmara cercado de apoiadores do movimento, lideranças religiosas de matrizes africanas e parlamentares da esquerda.
Nem todos simpatizantes e apoiadores de Stedile puderam entrar no apertado plenário onde ocorre a audiência, com capacidade para apenas 80 pessoas. No local onde comumente a comissão funciona, cabem bem mais, quase o dobro, cerca de 150 pessoas. Lugar, contudo, está fechado, sem qualquer evento.
Nem todos simpatizantes e apoiadores de Stedile puderam entrar no apertado plenário onde ocorre a audiência, com capacidade para apenas 80 pessoas. No local onde comumente a comissão funciona, cabem bem mais, quase o dobro, cerca de 150 pessoas. Lugar, contudo, está fechado, sem qualquer evento.
Durante sua fala, Stedile fez defesa do MST e da necessidade da reforma agrária e foi questionado pelo relator Ricardo Salles (PL-SP) sobre depoimentos de assentados ouvidos pela CPI e que denunciaram corrupção em alguns desses lugares. O líder sem-terra respondeu que desconhece os casos e que, por não conhecê-los, nem sabe dizer se é verdade ou mentira.
"Vejam bem, há 500 mil famílias assentadas no Brasil. Se em 1% desses assentamentos há esses desvios, vocês teriam que ouvir aqui 5 mil famílias. Ou seja, não se pode generalizar esse tipo de coisa", disse Stedile.
Provocado pelo relator, ele afirmou que há dois tipos de agronegócio no país: um que está percebendo que uso de agrotóxico e desmatamento não funciona mais e outro que segue utilizando essa prática. E destacou que essa primeira metade está ao lado de Lula.
"O agronegócio está dividido. A metade que tem juízo apoiou o Lula. A outra parcela é o Aprosoja (Associação Brasileira dos Produtores de Soja), que só pensa em ganhar dinheiro. Parte do agronegócio já tem consciência dos limites e já está migrando para outra agricultura, a chamada agora de práticas regenerativas, para substituir pesticidas por defensivo agrícola agroecológico. Parcela do agronegócio ainda vai para o céu", apontou.