O apagão nacional em 25 estados e no Distrito Federal, entre as 8h31 e as 14h49, foi considerado um evento raro pelo ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira (PSD). “Operamos no modelo N – 1, que é redundante, ou seja, é necessária uma duplicidade de dois eventos de grande magnitude concomitantemente”, afirmou. Segundo, um relatório completo só será disponibilizado em 48 horas, mas já é possível afirmar que um dos problemas ocorreu no Norte do Ceará. O único estado não atingido foi Roraima, que não faz parte do Sistema Interligado Nacional (SIN), porque a energia no estado é fornecida por termelétricas locais.
O Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) informou, em nota, que o apagão elétrico que atingiu todas as regiões do país foi parte de uma “ação controlada” do órgão para evitar maiores danos à rede elétrica do país. A ação foi vista com naturalidade por especialistas. “Entrou em vigor um protocolo do ONS chamado Esquema Regional de Alívio de Carga (Erac). Como muitas usinas foram desconectadas por algum distúrbio, as demais poderiam aumentar a produção e suprir a necessidade. O plano corta a energia de áreas de menor impacto e passa para as regiões de mais importância”, explicou Lucas Freitas de Paiva, CEO da startup Lead Energy e especialista em energia elétrica.
Lucas também aponta que o sistema elétrico brasileiro passou por uma extensão para criar interligações, aumentando a segurança e evitando que problemas maiores, como o de ontem, ocorram com frequência. “O sistema faz com que todas as usinas e casas estejam conectadas de alguma forma, reduzindo os riscos e aumentando as seguranças. Em 2001, as ligações não eram muito fortes. Não conseguimos levar a energia do sul para o resto do país. Essas ligações são muito importantes para aumentar a segurança do sistema”, explicou.
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“Estamos todos tão acostumados que quando falta luz cria-se um caos. De todos os serviços públicos incluindo água, esgoto, coleta de lixo, internet, celular, telefonia, a eletricidade é a que apresenta a maior cobertura, com mais de 99%, e a melhor avaliação de qualidade pela população. Nosso sistema é baseado em energia renovável, principalmente hidroelétrica”, explicou o economista da Fundação Getulio Vargas, Marcelo Neri.
ALCKMIN
Após o início do apagão, o presidente em exercício, Geraldo Alckmin, informou que a situação seria normalizada em poucas horas e que a ação do Ministério de Minas e Energia para recomposição seria rápida. “Eu fiquei sabendo logo em seguida, às 8h30 da manhã, mas as providências foram tomadas rapidamente”. Ele afirmou que as regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste já estavam normalizadas e que houve dificuldade operacional em Imperatriz, no Maranhão, mas ele acredita que o problema será superado em breve.
Em outras regiões, entretanto, a falta de energia durou mais de seis horas. O Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) informou que seis horas depois do início da interrupção de energia em grande parte do país, a maior parte dos 16 mil megawatts (MW) que haviam sido interrompidos pela manhã já havia sido restabelecida.