A reunião com Aras consta na agenda oficial de Lula. Está marcada para as 17h30 e será o último compromisso oficial previsto para o dia. O procurador-geral já esteve no Planalto em outras ocasiões, mas não para uma reunião exclusiva com Lula. Participou, por exemplo, de encontro para discutir a violência nas escolas.
Aras ocupa o posto desde setembro de 2019, indicado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Uma ala do PT chegou a defender nos bastidores a sua recondução, argumentando que ele tinha bom trânsito no mundo político e por causa de sua atuação que acabou minando a Operação Lava Jato.
Por outro lado, há também uma forte resistência no governo ao seu nome, por causa de suas decisões durante o governo Bolsonaro. Nos últimos meses, o procurador-geral vem buscando se afastar de seu alinhamento ao ex-presidente e de suas omissões na gestão passada.
Como mostrou a Folha de S.Paulo, Lula avalia indicar o vice-procurador-geral eleitoral, Paulo Gonet, para o comando da PGR. Ele tem ganhado força por ter o apoio nos bastidores dos ministros do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes e Gilmar Mendes.
Lula já deixou claro a aliados que não quer desagradar aos dois magistrados, que se consolidaram como os principais interlocutores do governo no Supremo. No entanto o presidente também tem avaliado até que ponto seria adequado ampliar ainda mais os poderes de Moraes e Gilmar, que se articulam para emplacar pessoas próximas em outros postos importantes do Judiciário.
No início deste mês, Lula afirmou que irá escolher o próximo procurador-geral com "mais critério" em relação a seus governos anteriores e após um "pente-fino".
"Vou conversar com muita gente, vou atrás de informações de pessoas que eu penso, vou discutir se é homem, se é mulher, se é negro, se é branco. Tudo isso é um problema meu. Dentro da minha cabeça. Quando eu tiver um nome, eu indico. É simples assim. Sem ficar aquela aposta: vai escolher amanhã, vai escolher depois, é fulano, é sicrano. Ninguém tem que ficar tentando adivinhar", afirmou.