Jornal Estado de Minas

CPMI DO 8 DE JANEIRO

Hacker diz que Bolsonaro garantiu indulto caso fosse preso

Em depoimento à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do 8 de janeiro, nesta quinta-feira (17/8), o hacker Walter Delgatti Neto afirmou que, em reunião com o então presidente Jair Bolsonaro, em 2022, o chefe do Executivo assegurou um indulto ao homem em troca de uma operação fake nas urnas eletrônicas.





 

A ideia era de que um código-fonte fake seria criado por Delgatti para simular uma falha nas urnas eletrônicas, uma operação que seria revelada durante as manifestações do 7 de Setembro. Segundo ele, a oferta teria sido feita por um marqueteiro do partido de Bolsonaro, o PL, no Palácio da Alvorada.

 

Delgatti alega que o marqueteiro sugeriu que falhas fossem simuladas nas urnas. "A ideia dele era falar que a urna, se manipulada, sairia o mesmo resultado. Um código fonte fake. Essa apresentação fake iria explicar à sociedade, a quem estivesse no dia 7 de setembro, que era possível aquela urna que eles veem na eleição imprimir outro voto. A ideia era essa”, explicou o hacker.


"Bolsonaro me disse que eu estaria ajudando a salvar o Brasil”

Bolsonaro, de acordo com Delgatti, disse que não entendia sobre o funcionamento das urnas e determinou que o hacker fosse ao Ministério da Justiça, junto ao coronel Marcelo Câmara, para conversar com técnicos da pasta. O ex-presidente ainda assegurou que Delgatti seria contemplado com um indulto se fosse incriminado.

 

"Ele me disse que eu estaria ajudando a salvar o Brasil”, contou o depoente. “A ideia era de que eu receberia um indulto do presidente. E ele havia concedido o indulto a um deputado federal (Daniel Silveira) e como eu estava com cautelares que me proibiam de acessar a internet e trabalhar, eu visava esse indulto.”