O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) disse que Mauro Cid, seu ex-ajudante de ordens, é capaz de "falar qualquer coisa para sair da cadeia", pois está preso há "muito tempo". A informação foi revelada pelo jornalista Túlio Amâncio, da Band, que conversou com o ex-presidente por ligação, logo após a divulgação de uma reportagem da revista Veja revelar que Mauro Cid vai confirmar às autoridades que participou da venda ilegal de joias, recebidas como presentes ao governo e negociadas nos Estados Unidos, e assumir que entregou o dinheiro ao ex-presidente.
Bolsonaro chamou a estratégia de confissão da defesa de Mauro Cid de "kamizake". Ele também alegou que jamais recebeu algum valor em espécie do ex-ajudante de ordens e afirmou que não pediu para que os bens fossem vendidos - afirmação que é contraditória com os relatos de aliados divulgados também pela Veja.
De acordo com a revista, Jair Bolsonaro confessou a aliados ter mandado o ex-ajudante de ordens Mauro Cid vender as joias, mas justificou que "alguém" disse a ele que a venda dos presentes oficiais era permitida por lei.
O ex-presidente também afirma que não conversou com o pai de Mauro Cid, o general da reserva do Exército Mauro Cesar Lorena Cid, depois da operação da Polícia Federal (PF), na última sexta-feira (11/8), pois "acabaria sendo acusado de interferência".