Em busca de mais tempo, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva adiou novamente a reforma ministerial, que ficou para depois da viagem à África do Sul — onde participará da reunião do Brics (Brasil, Rússia, China, Índia e África do Sul) e retorna no próximo final de semana. Havia a expectativa de que ele anunciasse, ontem, as mudanças no primeiro escalão para acomodar o Centrão, mas o impasse gira em torno do Ministério do Desenvolvimento Social (MDS) — dirigido pelo petista Wellington Dias.
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Na quinta-feira, o ministro da Casa Civil, Rui Costa, foi categórico em negar a saída de Wellington e o desmembramento da pasta, que administra o Bolsa Família. Conforme relatos de membros do governo ao Correio, no cenário desenhado até o momento, a presidência da Caixa Econômica Federal sairia das mãos de Rita Serrano para as da ex-deputada Margarete Coelho, apadrinhada de Lira.
Outra alteração envolveria o ministro Márcio França, que deve deixar a pasta dos Portos e Aeroportos para abrigar o deputado Silvio Costa Filho (Republicanos-PE). O ex-governador de São Paulo pode assumir o Ministério de Ciência e Tecnologia — a atual ministra, Luciana Santos, deve ser alocada na pasta das Mulheres, junto com Cida Gonçalves.
Na quarta-feira, Lula conversou fora da agenda oficial com Lira para acertar a troca de cadeiras e garantir maioria para a aprovação de projetos do governo. A votação do novo arcabouço fiscal, matéria considerada prioritária para o Executivo, foi novamente adiada nesta semana devido ao impasse da reforma.
O Centrão, por sua vez, já deixou claro que está disposto se acertar com o Palácio do Planalto — prova disso é que Lira anulou a convocação de Rui Costa para depor na CPI do MST. Mas a paciência pode estar no fim. Na próxima semana, no Congresso, então pautados para votação o arcabouço fiscal, o reajuste do salário mínimo e os aumentos dos servidores e do vale-alimentação.