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Estado de Minas PESQUISA GENIAL/QUAEST

Cai confiança de bolsonaristas nas Forças Armadas

De acordo com o levantamento da Genial/Quaest, em dezembro de 2022, 61% dos bolsonaristas confiavam muito nos militares. Já em agosto deste ano, 40%


21/08/2023 10:00 - atualizado 21/08/2023 10:28
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Militares segurando armas
Confiança nas Forças Armadas teve queda significativa nos últimos seis meses (foto: Reprodução/Agência Brasil)
Nova pesquisa Genial/Quaest, divulgada nesta segunda-feira (21/8), indica que a confiança dos brasileiros nas Forças Armadas caiu significativamente nos últimos seis meses.

De acordo com o levantamento, em dezembro de 2022, 43% dos entrevistados confiavam muito nos militares. Já em agosto deste ano, apenas 33%. A queda foi mais significativa entre os apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro. No mesmo período, confiança alta entre os bolsonaristas passou de 61% para 40%. 

Em dezembro de 2022, 36% dos cidadãos confiavam pouco nas Forças Armadas. Atualmente, o número é de 41%. No mesmo período também aumento o percentual de pessoas que não confiam nos militares, passando de 18% para 23%.

Ainda de acordo com o levantamento, passou de 7% para 20% o percentual de eleitores de Jair Bolsonaro que não confiam nas Forças Armadas. O percentual daqueles que 'confiam pouco' passou de 31% para 38%. 

Os números entre os eleitores do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) não tiveram grandes alterações. Em dezembro de 2022, 45% confiavam pouco nos militares; hoje, 43%. 27% confiavam muito; atualmente, 29%. Não confiam passou de 25% para 26%.

Frustações com as Forças Armadas

A queda na confiança das Forças Armadas ocorre diante de diversos fatos desde o segundo turno das eleições, como a divulgação de um relatório do Ministério da Defesa que afirmava não descartar hipótese de fraude nas urnas eletrônicas, embora não tenham identificado nenhuma evidência de fraude. 

Ainda havia uma expectativa de parte dos apoiadores de Jair Bolsonaro, que acamparam por meses em frente a quartéis generais, que esperavam alguma mobilização dos militares para "reverter" o resultado das eleições.
Também há os escândalos envolvendo o tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro. Ele está preso desde o dia 3 de maio, em razão de uma investigação da Polícia Federal (PF) que apura a inserção dados falsos de vacinação contra a COVID-19 nos sistemas do Ministério da Saúde. Cid também é investigado por suspeita de ter participado na venda ilegal de joias recebidas como presentes oficiais dados ao ex-presidente Jair Bolsonaro.
Para o diretor da Genial/Quaest, Felipe Nunes, a queda ser mais significativa entre os eleitores de Bolsonaro se dá em razão de "algum tipo de frustração sobre alguma expectativa que havia entre esse segmento". 

"Não parece ser uma mera coincidência que uma das instituições mais sólidas e respeitadas do país venha sofrendo esse desgaste de imagem. Foram muitos escândalos envolvendo gente da mais alta patente na corporação. É como se o pós-governo Bolsonaro tivesse dragado o Exército para uma crise sem precedentes", disse Felipe Nunes, em entrevista ao jornal O Globo.

A pesquisa foi feita de 10 a 14 de agosto a partir de 2.029, com brasileiros de 16 anos ou mais. A margem de erro é estimada em 2,2 pontos percentuais para mais ou menos, para um nível de confiança de 95%.


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