A 10ª Vara da Justiça Federal de Brasília condenou nesta segunda-feira (21/8) Walter Delgatti Neto, conhecido como hacker da Vaza Jato, a 20 anos de prisão, mais multa, pelo caso da invasão do Telegram de autoridades, em 2019.
A decisão é do juiz Ricardo Augusto Soares Leite, que condenou ainda outras seis pessoas. Cabe recurso da decisão do juiz.
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As mensagens trocadas com o ex-procurador Deltan Dallagnol mostraram uma relação alinhada entre Ministério Público e juiz, o que foi decisivo para a derrocada da operação, anos depois.
Delgatti admitiu à PF que entrou nas contas de procuradores da Lava Jato e confirmou que repassou mensagens ao site The Intercept Brasil, que revelou o caso posteriormente conhecido como Vaza Jato.
O hacker depôs na semana passada na CPI do 8 de janeiro e na Polícia Federal, ocasião em que acusou o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) de participar de ações para atacar a Justiça Eleitoral e de tramar contra o ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes.
Nesta segunda, após a divulgação da sentença, Moro e Deltan comentaram a condenação.
"O herói da esquerda foi condenado a mais de 20 anos de prisão pelos crimes de organização criminosa, lavagem de dinheiro, invasão de dispositivos informáticos e realização de interceptações telefônicas sem autorização judicial. A esquerda está bem de heróis, hein?", escreveu Deltan nas redes sociais. O ex-procurador se elegeu deputado federal pelo Podemos-PR no ano passado, mas teve o mandato cassado em maio deste ano.
Moro, com quem o hacker bateu boca na CPI na semana passada, disse em rede social: "3000 vítimas de ataques hacker. Estelionatário e mentiroso contumaz".